Felicidade em tempos de covid-19. Mais emoções negativas não atrapalharam bem-estar
Felicidade em tempos de covid-19. Mais emoções negativas não atrapalharam bem-estar
Dizer que a pandemia afetou a felicidade da maioria da população será redundante e redutor. Mas mesmo assim, o ano que passou não ficou totalmente perdido, nessa matéria, e o que se perdeu na forma positiva de encarar a vida, manteve-se, pelo menos, sem grandes alterações no bem-estar individual.
O mais recente "Relatório da Felicidade Mundial", publicado esta sexta-feira, na véspera de assinalar mais um Dia Internacional da Felicidade, conclui que, comparando os dados de 2020 com os dos anos passados, desde que o estudo é feito (2012), se verifica uma "frequência significativamente maior de emoções negativas" em cerca de um terço dos países.
Apesar disso, nota o relatório, este efeito varia entre países e, em alguns casos, é menor do que se poderia imaginar. Segundo a análise, mais de vinte países viram mesmo este indicador mudar positivamente e "surpreendentemente, não houve, em média, nenhum declínio no bem-estar das pessoas na avaliação das suas próprias vidas", diz John Helliwell, um dos co-autores do estudo, citado pela AFP.
"Uma explicação possível é que as pessoas veem o covid-19 como uma ameaça externa comum que prejudica toda a gente, mas que levou a um maior sentimento de solidariedade e empatia", refere a análise.
Para Jeffrey Sachs, outro dos autores do estudo, a covid-19 confirmou que "devemos visar mais bem-estar, não mais riqueza".
A gestão da própria pandemia, por parte dos países, também influenciou os níveis de felicidade sentidos pelas populações nesta fase.
A Finlândia, que pelo quarto ano consecutivo lidera o ranking mundial dos países mais felizes do mundo, é também um dos que apresenta um melhor historial na luta contra a covid-19.
Segundo o estudo, o país tem-se distinguido por "medidas de confiança mútua que ajudaram a proteger vidas durante a pandemia". Um nível de vida elevado, bons serviços públicos e uma vasta natureza, com florestas e lagos, contribuem para uma rede onde a solidariedade e a luta contra a pobreza e a desigualdade ocupam lugar de destaque, ajudando a atenuar os efeitos da crise.
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