Verão europeu de 2021 foi o mais quente desde que há registos
Verão europeu de 2021 foi o mais quente desde que há registos
O ano de 2021 foi um dos sete mais quentes de sempre e o verão europeu passado foi o mais quente já registado, divulgou, esta segunda-feira, o sistema de observação climática por satélite Copérnico.
Apesar de relativamente menos quente em relação aos anteriores, 2021 insere-se num ciclo de sete anos consecutivos de temperaturas recordes, "os mais quentes já registados por uma margem clara", tendo sido o quinto mais quente registado e superando por pouco os valores de 2015 e 2018, refere o serviço climático.
A temperatura média global, em 2021, situou-se entre 1,1ºC e 1,2ºC acima [e 0,3ºC acima da média nos últimos 30 anos) da média anual do período pré-industrial, a medida usada para calcular o aquecimento global responsável pelas alterações climáticas.
Verão mais quente de sempre na Europa
Apesar da média global, na Europa 2021 não figurou entre os 10 anos mais quentes, que se registaram todos desde 2000, incluindo a série mais quente ocorrida entre 2014 e 2020. Nos últimos meses, a temperatura à superfície esteve 0,1 graus acima da média dos últimos 30 anos.
No Luxemburgo, segundo dados do Meteolux, 2021 foi mais fresco que os últimos sete anos e ligeiramente mais seco que a média trienal registada na última década.
Mas se, no geral, o ano foi mais ameno no velho continente, o verão foi o mais quente de sempre, com as temperaturas a baterem recordes - o valor mais elevado foi atingido na Sicília, onde se registaram 48,8 graus, mais 0,8 graus do que o máximo anterior.
Mesmo assim, essa estação teve impactos muito diferentes na Europa. No centro-oeste europeu, sobretudo na Alemanha, Bélgica, Luxemburgo e Países Baixos, julho foi marcado por chuvas e inundações, que provocaram centenas de mortos, a esmagadora maioria na Alemanha e os restantes na Bélgica. As cheias inéditas - consideradas as piores do último século na região - deixaram ainda um rasto de destruição e prejuízos de centenas de milhares de euros.
No verão de 2021 choveu, no Luxemburgo, mais 41% do que a média da década anterior para o mesmo período (217 l/m²) e o mês de julho foi o segundo julho mais chuvoso desde 1947, no país.
Enquanto chovia torrencialmente no Grão-Ducado e países vizinhos, a zona mediterrânica (sobretudo Grécia, Espanha e Itália) era atingida por uma onda de calor, com temperaturas altas, seca e violentos incêndios que também causaram vítimas e danos materiais e ambientais.
Mais emissões de gases com efeito de estufa
Na sua análise anual, o sistema Copérnico também refere que continuaram a aumentar as concentrações atmosféricas de dióxido de carbono e metano - gases responsáveis pelo efeito de estufa e aquecimento global.
Análises preliminares dos dados recolhidos pela rede de satélites indicam que a concentração de dióxido de carbono na atmosfera continuou a aumentar em 2021, atingindo um recorde médio anual de 414,3 partes por milhão, atingindo um máximo mensal em abril, com 416,1 partes por milhão.
O ritmo de crescimento anual da concentração de dióxido de carbono em 2021 manteve-se em cerca de 2,4 partes por milhão por ano e o mesmo aconteceu com as concentrações de metano na atmosfera, que atingiram um máximo anual de 1.876 partes por mil milhões.
Com Lusa
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