TikTok reforça batalha de comunicação contra Donald Trump
TikTok reforça batalha de comunicação contra Donald Trump
A plataforma TikTok, acusada de espionagem pelo governo de Donald Trump, reforçou a sua campanha de comunicação nos EUA na segunda-feira com um novo site.
A empresa diz-se empenhada em combater os "rumores" e continuar a sua expansão, tendo assinando um acordo com uma empresa de distribuição de música. "Dados os rumores e a desinformação sobre a proliferação do TikTok em Washington e nos meios de comunicação social, queremos esclarecer a situação", disse a popular rede social no seu site, sob o lema "o último canto da Internet".
O presidente dos EUA tem vindo a acusar a plataforma de partilha de vídeo de desviar dados de utilizadores dos EUA, em benefício do governo de Pequim. Trump assinou duas ordens executivas destinadas a forçar a ByteDance, a proprietária chinesa da TikTok, a vender rapidamente as operações americanas da rede, sob pena de bloquear a plataforma nos EUA. O governo chinês, por sua vez, tem acusado os americanos de "manipulação política e repressão".
"O TikTok não está disponível na China. Os dados dos utilizadores dos EUA são armazenados na Virgínia com uma cópia de segurança em Singapura. A TikTok nunca forneceu quaisquer dados americanos ao governo chinês, e não o faria se tal lhe fosse pedido", reiterou a empresa recentemente.
Num cenário de elevadas tensões comerciais e políticas com a China, o inquilino da Casa Branca tomou medidas radicais contra a rede, muito popular entre os mais jovens. Há pouco mais de uma semana proibiu todas as transações a começar no no prazo de 45 dias com uma empresa americana. Na sexta-feira passada, assinou uma segunda ordem executiva forçando a dona da rede social a vender as operações americanas no prazo de 90 dias.
"Há quase um ano que tentamos falar com o governo dos EUA para encontrar uma solução", reagiu a TikTok. "Mas fomos confrontados com uma administração que não leva os factos em conta, não respeita os procedimentos legais e tenta interferir nas negociações entre empresas privadas. Recentemente a Microsoft disse estar em negociações avançadas para comprar as operações americanas da app, e também o Twitter se tem mostrado interessado numa possível aquisição.
Venha a música
A TikTok tem trabalhado arduamente durante meses para demonstrar que a sua identidade e práticas estão firmemente enraizadas nos Estados Unidos. A 1 de junho, Kevin Mayer, antigo diretor das plataformas de streaming da Disney (Disney+, Hulu e ESPN+), assumiu o cargo de diretor da TikTok.
Na segunda-feira, a plataforma anunciou um acordo com a UnitedMasters, empresa de distribuição de música, para permitir aos artistas da rede divulgarem a sua música diretamente da aplicação, concorrendo com serviços de streaming como Apple Music, Spotify ou YouTube.
"Se é músico, o TikTok é o melhor lugar para o seu trabalho se tornrar viral e a UnitedMasters é o melhor lugar para a fazer acontecer ao longo do tempo, assegurando os direitos de copyright", disse o diretor da UnitedMasters, Steve Route. "Ao combinar os dois, estamos a criar uma plataforma para as estrelas de amanhã, que serão famosas, ultra-independentes e ricas".
A TikTok construiu o seu sucesso a partir de ferramentas para criar e partilhar vídeos curtos, em qualquer lugar e fora do comum, através do recurso trechos de músicas populares. Os vídeos são mostrados aos utilizadores através de algoritmos baseados em gostos individuais e não em contactos. A TikTok tem atualmente quase mil milhões de utilizadores em todo o mundo, tendo a popularidade aumentado ainda mais durante o confinamento devdi à pandemia.
"Estamos aqui há muito tempo", disse Vanessa Pappas, chefe da filial americana da empresa, no início de agosto. Na altura afirmou estar "orgulhosa" dos 1.500 funcionários dos EUA e prometeu criar "10.000 empregos adicionais no país durante os próximos três anos".
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