Sassoli. “A quarta presidência portuguesa será um grande sucesso”
Sassoli. “A quarta presidência portuguesa será um grande sucesso”
No primeiro dia de 2021, Portugal assumirá a presidência rotativa da União Europeia, com as prioridades de promover a reconstrução económica da Europa, desenvolver o Pilar Social e expandir e aprofundar as parcerias internacionais - sobretudo com os países do Indo-Pacífico e com a Índia, bem como renovar a aliança com os EUA, sob a administração Biden.
As três prioridades, economia, direitos sociais e diplomacia, foram saudadas por David Sassoli que, numa conferência de imprensa, salientou estar convencido de que “a presidência portuguesa será um sucesso”, baseando a sua previsão na atuação dos portugueses nas três prestações anteriores. “Estamos habituados a que as presidências portuguesas enfrentem desafios importantes e levem a Europa a ser mais eficaz”, disse.
“A história das presidências portuguesas é muito importante, não só por questões de organização”, disse o italiano David Maria Sassoli, mas porque a sua atuação “resultou em tratados melhores”, salientou, referindo-se ao Tratado de Lisboa (o tratado assinado em 2008, que deu mais poderes ao Parlamento Europeu).
Sassoli referiu ainda que os portugueses são determinados em questões de promoção económica e dos direitos sociais, dois aspetos fundamentais, quando a Europa começará a arrancar da devastação da covid-19.
O presidente do Parlamento Europeu felicitou ainda a visão dos portugueses sobre o mundo: ”Gostei particularmente desta ideia de criar parcerias internacionais, e não só relações concorrenciais, com os outros países do mundo. É disto que temos necessidade”.
O primeiro-ministro português António Costa salientou que em maio haverá no Porto o momento alto da presidência portuguesa, com a Cimeira nos dias 7 e 8. E uma cimeira UE-Índia que deverá ocorrer no mesmo mês. “A Índia pode e deve ser um grande parceiro da União Europeia e pode ser um importante aliado, sobretudo nas questões da transição digital”, comentou o primeiro-ministro português.
Mês de dezembro crucial
Tanto Costa como Sassoli salientaram que os próximos 29 dias antes de Portugal tomar posse a organizar os destinos da EU vão ser cruciais. Há dois dossiês que se espera que a chanceler Merkel (A Alemanha detém atualmente a presidência) consiga encerrar: o Brexit e aprovar o orçamento comunitário 2021-27 e o fundo de recuperação que a Polónia e a Hungria recusam assinar.
Com toda a razão, Costa não imagina receber estas dores de cabeça: “Não há plano B, nem há outra hipótese a não ser aprovar no próxima Cimeira (a 10 e 11 de dezembro) o que foi acordado em junho e o que o Parlamento mandatou”. Sassoli disse-se disposto a convocar um plenário de emergência para ratificar o acordo antes do ano fechar “até pode ser nas férias de natal”, mas disse ser impossível voltar atrás para refazer o acordo. “Os cidadãos europeus não merecem isso e não esperam isso de nós”, salientou.
Vacinas a chegar a todos. Campanha portuguesa anunciada amanhã
Quanto à questão das campanhas de vacinação, que se prevê irão começar no início da presidência portuguesa, António Costa disse que Portugal vai apresentar a sua estratégia de vacinação amanhã.
E assegurou que “como é sabido, todos os países vão receber ao mesmo tempo, e de acordo com uma proporção das suas populações”.
O primeiro-ministro Alexander de Croo anunciou hoje que a Bélgica vai começar a administrar as primeiras doses a 5 de janeiro. A Agência Europeia do Medicamento recebeu ontem pedido de autorização condicional das vacinas da Moderna e da Pfizer/BioNTech para a UE.
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