Só 7% dos refugiados ucranianos conseguiram arranjar emprego
Só 7% dos refugiados ucranianos conseguiram arranjar emprego
Apenas 7% dos ucranianos que se refugiaram no Luxemburgo devido à guerra e se registaram na Agência para o Desenvolvimento do Emprego (ADEM) encontraram emprego até agora, disse esta quarta-feira Laurent Peusch, diretor dos Serviços de Empregadores, em declarações à rádio 100,7.
Atualmente, cerca de 4.200 refugiados ucranianos estão no país ao abrigo do estatuto de proteção temporária, incluindo crianças, jovens e idosos.
Destes, 910 estão registados na ADEM desde março e 580 continuam ativamente à procura de emprego junto da agência, disse o responsável.
Só uma pequena parte dos inscritos na ADEM conseguiram arranjar emprego, mesmo estando o número de postos de trabalho a aumentar.
Aprender francês é o primeiro passo
"Se as pessoas tiverem um certo nível de educação, pode ser mais fácil para elas arranjarem um emprego semelhante ao que tinham antes. Mas eles pensam: OK, posso deixar esse emprego, e ganhar dinheiro aqui, não quero ser um fardo para a minha família, o Estado, os meus colegas", explicou Peusch.
Um quarto dos refugiados que encontraram um emprego foram trabalhar no setor da hotelaria. Além disso, 10% dos refugiados empregados trabalham no comércio e outros 10% trabalham no serviço público.
Metade dos ucranianos que fugiram da guerra e procuram ativamente emprego têm entre 30 e 44 anos de idade. Entre eles, 70% são mulheres e um em cada cinco tem um diploma do ensino secundário, enquanto que 70% deles têm um diploma universitário.
"O maior desafio na mediação são as competências linguísticas, que se limitam na sua maioria ao inglês. Portanto, para muitos refugiados, os cursos de francês são o primeiro passo para entrar na vida profissional", considera Peusch.
Emprego aumentou 3,6% em 2021
O número de imigrantes de fora da União Europeia (UE) levou mais tempo a atingir níveis pré-pandémicos no Luxemburgo do que no resto da Europa, com aproximadamente menos 1.400 chegadas no ano passado do que em 2019, de acordo com dados divulgados pela Eurostat na terça-feira.
Em 2021, pouco menos de três milhões de primeiras autorizações de residência foram emitidas no bloco a cidadãos de fora da UE, número que aumentou 31% em relação a 2020, atingindo o nível observado em 2019, segundo o Eurostat.
No entanto, o número de pessoas empregadas no Luxemburgo cresceu 3,6% no ano passado, e tem sido continuamente impulsionado por trabalhadores de fora do bloco e transfronteiriços, disse a agência estatística Statec em abril, numa altura em que o mercado de trabalho mostrou fortes sinais de recuperação contínua do impacto da pandemia.
A partir de abril de 2022, o crescimento da população luxemburguesa voltou aos níveis pré-pandémicos, com o número total de habitantes a atingir mais de 645.000 no ano passado, maioritariamente devido à imigração.
(Este artigo foi originalmente publicado na edição inglesa do Luxemburger Wort.)
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