Bruxelas quer que motoristas trabalhem mais. Sindicato LCGB está contra
Bruxelas quer que motoristas trabalhem mais. Sindicato LCGB está contra
O sindicato LCGB mostra-se esta segunda-feira contra a proposta recente da Comissão Europeia (CE) sobre os tempos de condução e repouso dos motoristas de autocarro.
Em comunicado enviado às redações, a central considera mesmo que as novas diretivas de Bruxelas são um "passo na direcção errada e põem em causa a segurança dos condutores e passageiros".
A LCGB adverte mesmo que a proposta europeia vai contra a realidade luxemburguesa onde se "luta por uma redução geral do horário de trabalho", e onde o setor retém cada vez menos trabalhadores apesar dos "salários atrativos".
O órgão executivo da União Europeia propôs recentemente o alargamento dos dias de trabalho consecutivos para 12 dias, tanto nos trajetos nacionais como internacionais.
Uma outra medida passa por dividir as pausas diárias em partes de 15 minutos ou ainda mais curtas, espalhadas ao longo do dia de trabalho, o que segundo o sindicato, "resultará na perda de pausas diárias regulares para os motoristas".
O sindicato luxemburguês considera ainda que estas medidas vão traduzir-se em amplitudes de trabalho prolongados por mais uma a duas horas e menos descanso entre dois dias úteis, com "consequências dramáticas e prejudiciais para todo o setor".
Estudo europeu alerta para cansaço dos motoristas europeus
No comunicado, a LCGB cita ainda um estudo europeu do sindicato dos transportes - ETF Road - de 2021 onde refere que entre 25 e 30% dos motoristas do bloco admitiram ter adormecido ao volante pelo menos uma vez nos últimos 12 meses.
E acrescenta que "o controlo das causas profundas da fadiga do condutor é sobretudo da responsabilidade dos empregadores e legisladores".
Por fim, assegura que vai continuar a lutar pelos interesses de todos os condutores profissionais, "a fim de evitar um cataclismo no setor".
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