Países vão partilhar dados de processo de vacinação
Países vão partilhar dados de processo de vacinação
Após a primeira reunião dos ministros da Saúde europeus coordenada pela presidência portuguesa (PPEU), Marta Temido, a responsável pela pasta em Portugal, salientou que todos os 27 Estados-membro manifestaram apoio à estratégia de compra de vacinas da Comissão Europeia. Nos jornais europeus têm surgido críticas sobre o portefólio de oito vacinas da Comissão e o secretismo dos contratos.
Marta Temido, a falar para os jornalistas na sede da PPEU, em Lisboa, salientou que foi avançada pelos ministros da Saúde "a vontade de contribuição para a produção de vacinas" e para "a aquisição de mais doses nas mesmas condições já alcançada".
A ministra da Saúde portuguesa, que irá presidir até fim de junho às reuniões dos ministros europeus da área, sublinhou que todos os participantes apoiaram também a atuação da Agência Europeia do Medicamento (EMA) e do Centro Europeu de Prevenção e Controlo de doenças (ECDC). A partilha de dados com esta agência para monitorização dos processos de vacinação foi uma das conclusões da reunião. A comissária europeia da Saúde, Stella Kyriakides referiu que cada país deverá entregar duas vezes por semana relatórios sobre como está a vacinação a decorrer, para "coordenar esforços e dar apoio".
AstraZeneca aprovada até fim de janeiro
Stella Kyriakides referiu que a nova variante mais contagiosa do SARS-CoV-2 já está a ter impacto no aumento de casos que se verifica na Europa e apelou a um reforço das medidas sanitárias. A comissária europeia salientou que, caso pretendam, os países podem pedir apoio técnico para a sequenciação do genoma do vírus (para detetar variantes) e dinheiro e infraestruturas para o fazerem.
Como resultado da reunião de ministros da Saúde, foi ainda decidida a compra em conjunto para a UE de equipamento médico, que possa ser necessário à medida que se desenrola a vacinação em larga escala, em especial seringas e agulhas.
Quanto às negociações paralelas que alguns Estados-membros ameaçam fazer -Chipre admitiu comprar vacinas a Israel – a questão foi iludida. Kyriakides disse apenas que a Comissão está "confiante na intenção de que todos os Estados-membros vão cumprir a decisão" de se manterem dentro do contrato de negociação conjunta.
Eurodeputados estão a analisar contrato CureVac
Desde terça-feira os eurodeputados da comissão de Ambiente e Saúde Pública (ENVI) estão a analisar o contrato assinado entre a Comissão e a farmacêutica alemã CureVac. Pascal Canfin, do Renew Europe, e presidente da ENVI, tem sido crítico do sigilo contratual.
Os eurodeputados foram autorizados a consultar as várias páginas do contrato de 225 milhões de vacinas, numa sala securizada, e por 45 minutos, após assinarem uma declaração de confidencialidade. Várias passagens do contrato estavam censuradas, sobretudo em questões financeiras, como o preço das doses.
Pascal Canfin aplaudiu, no entanto, a decisão da CureVac de mostrar os documentos, considerando-o um primeiro passo. Os eurodeputados têm até sexta-feira para consultar o contrato da CureVac, o primeiro dos assinados com as farmacêuticos a passar pelo escrutínio do Parlamento Europeu, mesmo se com várias passagens omitidas.
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