OGBL condena chegada de lares Orpea ao Luxemburgo
OGBL condena chegada de lares Orpea ao Luxemburgo
A 3 de novembro, o Ministério da Família aprovou oficialmente o projeto da Orpea para se instalar em Merl, apesar do escândalo em que a cadeia de lares tem estado envolvida devido a atos de negligência e maus-tratos a idosos em França — um dos casos terá levado, mesmo, à morte de uma utente.
A OGBL, que já tinha manifestado a sua discórdia face à abertura de um lar do Orpea no Luxemburgo, a par de uma parte da classe política, condenou esta quinta-feira a autorização dada ao grupo francês para se estabelecer no Grão-Ducado.
"Depois dos escândalos [ligados a maus-tratos] e às dificuldades financeiras do Orpea, a luz verde dada pelo governo é totalmente incompreensível para a OGBL", refere em comunicado.
Sindicato fala em "ausência de critérios de qualidade"
Por um lado, o sindicato refere que a polémica deste ano nos lares franceses "está longe de ser um fenómeno isolado", argumentando que "há várias organizações sindicais a denunciar problemas semelhantes" noutras partes do mundo onde o grupo opera residências para idosos. Para a OGBL, a decisão do Ministério da Família "não tem em conta o destino das vítimas de abuso" e é "simplesmente inaceitável, sobretudo no setor dos cuidados de saúde".
Além de maus-tratos, o sindicato lembra que o grupo está acusado de delitos como "desvio de fundos públicos, fraude, especulação imobiliária, práticas questionáveis na gestão de recursos humanos e desrespeito pelos direitos sindicais dos trabalhadores".
"O sindicato Saúde, Serviços Sociais e Educativos da OGBL lamenta profundamente a ausência de critérios de qualidade sobre a realidade efetiva das atividades de uma empresa sujeita a um processo de acreditação", contesta.
OGBL questiona "garantias" pedidas pela ministra
O sindicato manifesta, ainda, "sérias dúvidas quanto às 'garantias' solicitadas pela ministra da Família, Corinne Cahen (DP), sobre o tratamento que será dado pela Orpea aos funcionários e utentes no Luxemburgo".
Em entrevista à Paperjam, a ministra da Família tinha dito que pediu "o maior número possível de garantias" ao grupo antes de aprovar o projeto e que avisou os gestores da Orpea que "estarão a ser vigiados".
A governante garantiu ainda que, como todos os lares no país, o da Orpea terá duas inspeções por ano: uma conduzida pelo Ministério da Família e outra pelo Ministério da Segurança Social.
Paralelamente, a central acusa o executivo de "não ter em conta a situação financeira do grupo", que no início do mês anunciou a abertura de um procedimento judicial para renegociar uma dívida na ordem dos 9,5 mil milhões de euros. Além disso, o grupo revelou, recentemente, prejuízos estimados entre 2,1 e 2,5 milhões de euros.
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