O plano do Luxemburgo para salvar as florestas
O plano do Luxemburgo para salvar as florestas
A natureza do Luxemburgo está num estado preocupante. Além do facto de dois terços dos habitats naturais do Grão-Ducado estarem ameaçados, tal como a biodiversidade, as florestas também se encontram em muito mau estado.
De acordo com o último inventário fitossanitário de 2021, 51,3% das árvores de todas as espécies estavam gravemente danificadas ou mortas. Um terço estava ligeiramente danificado. E apenas 16% das árvores eram saudáveis.
Este é um facto alarmante, uma vez que as florestas cobrem um terço do território do Luxemburgo. Qual é a causa? Temperaturas extremas no Verão e períodos cada vez mais longos de seca. Além disso, a floresta tem de fazer face à escassez de água e a um aumento de parasitas, que a enfraquecem.
Medidas já em vigor
Para proteger o património florestal e reforçar a sua resistência às alterações climáticas, o governo luxemburguês introduziu várias medidas, incluindo o programa "Klimabonus". Este programa prevê um prémio para a implementação de silvicultura próxima da natureza.
Em 2021, foram processados 299 pedidos para uma superfície de aproximadamente 5.000 hectares, dos quais 3.000 em áreas protegidas. "Mais de 20% dos proprietários elegíveis já subscreveram o princípio", anunciou o governo.
Na quarta-feira, o Ministério do Ambiente apresentou um novo plano em Perlé/Rambrouch para salvar as florestas do Luxemburgo: um "travailloscope". Em termos concretos, trata-se de um instrumento educativo para o trabalho florestal em povoamentos jovens.
"É um campo de treino florestal onde vários troncos de árvores (desde a muda até ao poleiro) foram inventariados, qualificados e descritos em pormenor em estações definidas. Os participantes no curso devem aprender a tomar decisões sobre as intervenções florestais necessárias, com o objetivo de cultivar uma floresta mista estruturada, fazendo o máximo uso da dinâmica natural do ecossistema", explica o Ministério.
Para estudantes e profissionais
Por outras palavras, este projeto visa reforçar a resiliência dos ecossistemas florestais. "De facto, a implementação de conceitos silvícolas resilientes requer gestores com conhecimentos e formação. A fim de introduzir os gestores - tanto públicos como privados - nas novas técnicas, a formação é essencial", acrescenta o Governo.
Este "travailloscope", destinado tanto a profissionais como a estudantes de silvicultura, permitirá assim orientar as intervenções silvícolas desde a fase de jovens povoamentos florestais no sentido de uma gestão sustentável e responder aos desafios que possam surgir num futuro próximo, uma espécie de caixa de ferramentas evolutiva.
A lei também tornará obrigatória a utilização do ficheiro de espécies de árvores ecológicas, a fim de assegurar que pelo menos 50% das espécies de árvores postas em prática sejam adaptadas ao local, condição essencial para a resiliência. Desde 2018, o Governo tem posto em prática novos incentivos sob a forma de subsídios.
(Este artigo foi originalmente publicado no Virgule)
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