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"Não quero ir para a guerra". A relação dos jovens russos com o serviço militar obrigatório
Sociedade 2 min. 01.04.2022 Do nosso arquivo online
Guerra na Ucrânia

"Não quero ir para a guerra". A relação dos jovens russos com o serviço militar obrigatório

Tanque russo
Guerra na Ucrânia

"Não quero ir para a guerra". A relação dos jovens russos com o serviço militar obrigatório

Tanque russo
AFP
Sociedade 2 min. 01.04.2022 Do nosso arquivo online
Guerra na Ucrânia

"Não quero ir para a guerra". A relação dos jovens russos com o serviço militar obrigatório

Redação
Redação
A Rússia retomou a mobilização de jovens para o serviço militar obrigatório numa altura em que se prolonga a invasão na Ucrânia. Há quem queira defender o país mas também há quem faça de tudo para evitar o recrutamento.

Na Rússia, mais de 250 mil homens com idades compreendidas entre os 18 e os 27 anos fazem o seu serviço militar obrigatório de um ano, todos os anos. O exército conduz dois períodos de convocação, um na primavera/verão e outro no outono. 

Para a mobilização da primavera de 2022, o presidente Vladimir Putin fixou como objetivo a recruta de 134.500 jovens, de acordo com um decreto publicado pelo Kremlin “para o período de um ano”. As primeiras incorporações nas unidades militares devem ocorrer no final de maio.

   "Não vou a lado nenhum, vou tentar enganar"  

No entanto, há quem se recuse a ir. "Não vou a lado nenhum, vou tentar enganar", disse À AFP Yevgeny Ptitsyne, um estudante de São Petersburgo. 

Muitos jovens russos conseguem evitar o serviço militar obrigatório, pagando subornos ou através do prolongamento das autorizações médicas ou relacionadas com estudos académicos.

"Não quero ir para a guerra", disse também Vasily Kravtsov, 18 anos, que trabalha no setor da alta tecnologia em Moscovo. O governo russo concedeu na semana passada um adiamento do serviço militar aos empregados deste setor, para evitar a "fuga de cérebros" provocada pela ofensiva. Uma decisão que fez Vasily Kravtsov "muito feliz". 

Já Konstantin Zaikin, 17 anos, tem isenção por razões de saúde e, de qualquer forma, não queria "servir no exército russo e ser usado pelos oficiais para fazer jardinagem".

Mas ainda há quem esteja disposto a lutar pelo Kremlin. "Não quero participar em operações militares mas se for preciso, eu vou. Estamos numa situação em que precisamos de pessoas, estamos neste momento em retirada nos arredores de Kiev", diz à AFP o jovem Semion Petrov, 18 anos. 

A mesma opinião tem Sergei Bozhenov, 18 anos, que não pode ir por razões de saúde. "Eu não gostaria de servir mas estaria pronto para ir para a guerra pelo nosso povo", afirma. 

Nikolai Smirnov, 17 anos, não hesita um segundo. "Eu quero servir e cumprir o meu dever. Neste momento não estou preocupado com as operações militares, estou pronto a defender o meu país", afirma o jovem que deverá juntar-se ao exército russo no futuro. 

Na guerra "por engano"

A 9 de março, o Ministério da Defesa russo admitiu que jovens recrutas que cumprem o serviço militar obrigatório fossem enviados para combates na Ucrânia e alguns foram capturados pelas forças da Ucrânia. O Exército russo disse, na altura, que os recrutas foram enviados para a Ucrânia “por engano” e que os jovens iam ser “repatriados”.

O Kremlin referiu esta-feira que, de acordo com as instruções de Vladimir Putin, apenas militares profissionais, tendo assinado um contrato, combatem na Ucrânia.

Vários órgãos de comunicação russos independentes relataram casos de recrutas que foram coagidos ou “encorajados” a assinar um contrato e depois enviados para a guerra da Ucrânia.

A 29 de março, o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, reafirmou que nenhum recruta vai ser enviado para “zonas de combate”, acrescentando que aqueles jovens cujo serviço militar vai terminar nos próximos meses vão passar à condição de reservistas e enviados para casa.

(Com agências)

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