Luxemburgueses deixam o país em massa devido aos preços das casas
Luxemburgueses deixam o país em massa devido aos preços das casas
A crise habitacional do Luxemburgo está a forçar um número crescente de pessoas nascidas no país a mudarem-se para os países vizinhos, uma vez que a perspetiva de alguma vez terem uma casa no Grão-Ducado é um sonho inalcançável.
Laure, uma mulher de 45 anos natural de Dudelange, deixou o país em 1997, quando tinha apenas 20 anos e trabalhava como secretária, frustrada por não conseguir construir uma casa no local onde nasceu e cresceu.
"Apesar de ganhar um bom salário, não consegui comprar nada. Por isso, parti", conta. Moveu-se apenas meio quilómetro através da fronteira em Volmerange-les-Mines, contou ao Virgule.
Cerca de 70.000 cidadãos luxemburgueses já vivem nos países vizinhos Bélgica, França e Alemanha, sendo o destino principal a França, que alberga 28.000 habitantes do Grão-Ducado.
Emigração dos luxemburgueses fez subir preços nas regiões vizinhas
Em Audun-le-Tiche, também do outro lado da fronteira da cidade de Esch, o número de residentes luxemburgueses aumentou mais de 75% nos cinco anos entre 2013 e 2018, para 320, de acordo com os números do concelho. No entanto, o número de cidadãos portugueses que se mudaram para a cidade francesa cresceu ainda mais acentuadamente, tendo aumentado 134% no mesmo período.
Muitos portugueses residentes no Luxemburgo - a segunda maior nacionalidade a residir no país - estão também a optar por se afastar do Grão-Ducado devido aos preços elevados das casas.
O aumento da emigração dos luxemburgueses através da fronteira fez subir os preços nas regiões vizinhas, mas os valores ainda são mais acessíveis do que no Grão-Ducado, onde o custo médio de um apartamento mais do que duplicou para mais de 660.000 euros na década até 2021, de acordo com dados da agência oficial de estatísticas do país, o Statec.
O Luxembourg Times já tinha noticiado que os jovens luxemburgueses estão a escolher fixar-se em locais cada vez mais longe de casa, após a conclusão dos estudos, uma vez que não podem pagar alojamento no Grão-Ducado, optando por viver em países como o Reino Unido ou a Alemanha.
(Artigo originalmente publicado no Luxembourg Times. Traduzido e editado por Paula Freitas Ferreira.)
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