Luxemburgo. Indústria e construção foram os mais poluidores em 2021
Luxemburgo. Indústria e construção foram os mais poluidores em 2021
O Luxemburgo atingiu o seu objetivo de redução de emissões de gases de efeito de estufa para o ano de 2021, mas houve setores económicos que contribuíram mais do que outros e alguns. Em vez de reduzirem, emitiram mais níveis de CO2 para a atmosfera do que o definido pelo governo.
Segundo o relatório com o balanço final para o ano 2021, divulgado na quarta-feira pelo Ministério do Ambiente, os setores dos transportes e da agricultura e silvicultura respeitaram os limites definidos para a emissão de gases de estufa, enquanto os setores da energia, indústrias transformadoras e construção, edifícios residenciais e terciários e tratamento de resíduos e águas residuais ultrapassaram estes níveis.
O setor da energia, indústrias transformadoras e construção, que representa 7,4% do total de emissões, foi o que mais ultrapassou o limite para 2021, ficando 30,8% acima do definido para 2021. Por comparação com 2020, as emissões deste setor económico aumentaram 12,5% e subiram 9% face a 2019.
Já os edifícios residenciais e terciários, que representam 20,4% das emissões totais aumentaram as suas emissões em 3,8%, relativamente a 2020, 2,4% em relação a 2019 e ficaram 10% acima do limite delineado para 2021, sublinha o relatório do Governo.
Este setor é o que tem o objetivo mais ambicioso até 2030: reduzir 64% as suas emissões face ao período de referência, o ano de 2005.
Transportes com aumento de 6,5%
Ainda que os transportes representem a maior fatia no que respeita aos emissores de CO2 - são responsáveis por 60,9% das emissões totais, de acordo com o relatório do Governo. Apesar das emissões terem aumentado 6,5% em relação a 2020, baixaram 20,3%, face a 2019, e 6,8%, em relação ao limite atribuído de emissões para 2021.
Na realidade, os transportes parecem se, de acordo com os dados, o setor mais bem encaminhado para cumprir os objetivos climáticos até 2030: face a 2005 o setor reduziu 31% em 2021; em 2030 o objetivo é baixar em menos 57% as suas emissões de CO2.
Com um peso de 8,9% nas emissões totais de gases com efeito de estufa produzidas no Luxemburgo, a agricultura e silvicultura diminuiu ligeiramente o seu impacto ambiental em 0,8% em relação a 2020 e ficou 5,3% abaixo do limite definido para 2021.
Apesar dos progressos, os níveis atingidos em 2021 ainda estão 4% acima do ano de referência de 2005, sendo o objetivo para 2030 reduzir 20%.
Por fim, o setor do tratamento de resíduos e águas residuais, que é responsável por 2,4% do total das emissões de gases de estufa no Luxemburgo, registou uma ligeira diminuição, de 0,9%, em relação a 2020, e de 6,7% face a 2019.
Mas subiu 1,6% acima do definido para 2021, como revela a tabela do Ministério do Ambiente (abaixo) sobre as milhares de toneladas de CO2 emitidas e a sua relação com os limites alocados ou definidos para cada setor.
"O balanço final das emissões de gases com efeito de estufa para o ano 2021, atribuído ao Luxemburgo ao abrigo do Regulamento (UE) 2018/842 (...) ascende a 8.073.234 toneladas de equivalente de CO2", refere o documento do Ministério do Ambiente.
De acordo com o Executivo estes valores são ligeiramente superiores aos de 2020 (+5,5%), "um ano marcado pela contenção [da atividade económica] relacionada com a pandemia covid-19", mas mesmo assim revelam que as emissões em 2021 ficaram "12,7% abaixo do nível de 2019" e "20,2% abaixo do nível do ano de referência de 2005".
"As emissões totais em 2021 são 1,3% (107.000 toneladas de CO2) inferiores à atribuição dos limites" para esse ano, "estabelecida ao abrigo do Regulamento Grão-Ducal de 22 de junho de 2022.
Este regulamento determina as atribuições anuais de emissões de gases com efeito de estufa para o período até 31 de dezembro de 2030 para os setores referidos no artigo 5 da Lei Climática alterada a 15 de dezembro de 2020", especifica a tutela.
Este balanço será agora analisado pelo Comité Interministerial para a Ação Climática, que irá avaliar os progressos a nível nacional e por setor.
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