Há 15 residentes do Grão-Ducado com curso de medicina em suspenso
Há 15 residentes do Grão-Ducado com curso de medicina em suspenso
Completar os estudos médicos e permanecer no Luxemburgo. Esta ainda não é uma realidade nos dias de hoje, mas pode vir a concretizar-se dentro de poucos anos. Desde setembro de 2020, a Universidade do Luxemburgo tem vindo a oferecer um bacharelato completo em medicina. Mas para completar o curso com um mestrado, ainda é preciso ir para o estrangeiro.
A Bélgica é um dos destinos de eleição para os aspirantes a médico. Em fevereiro, a Academia Belga de Investigação e Ensino Superior (ARES) divulgou as suas estatísticas para as primeiras cinco edições do exame de admissão para medicina e odontologia organizado pela Federação Valónia-Bruxelas. Os dados revelam que os estudantes estrangeiros nunca foram tão numerosos. Pouco mais de metade dos estudantes são agora residentes belgas, em comparação com 70% na primeira edição do exame de admissão em 2017.
De 202 candidatos, 64 passaram no exame
Entre 2017 e 2021, 202 candidatos residentes no Luxemburgo fizeram o exame de admissão, afirmou o Ministro do Ensino Superior e Investigação, Claude Meisch (DP) na resposta a uma pergunta do deputado Mars Di Bartolomeo (LSAP). Destes, 64 passaram o exame.
O deputado socialista queria saber quantos destes estudantes luxemburgueses viram os seus planos de estudo bloqueados. As regras em torno do exame de admissão para medicina e odontologia estabelecem que os não-residentes não podem representar mais de 30% do número total de laureados para cada um dos campos. Ou seja, alguns não-residentes podem passar o exame sem ter acesso aos estudos.
Uma classificação
"Se houver demasiados que tenham passado no teste, é feita uma classificação de acordo com a pontuação total obtida. E apenas os candidatos que estão classificados numa ordem útil são reconhecidos como vencedores. Os últimos números mostram que nunca houve tantos não-residentes detidos pela quota", afirmou Mars Di Bartolomeo.
Assim, dos 64 estudantes residentes no Luxemburgo que passaram no exame de admissão, 15 não puderam ter acesso aos estudos médicos e dentários em 2021 devido à quota de não-residentes. Destes 15, sete eram luxemburgueses, seis franceses, um belga e um alemão. "É de notar que, antes de 2021, nenhum candidato com residência no Luxemburgo foi excluído pela quota de não-residentes", afirmou ainda o ministro.
Acordo entre Bélgica e Luxemburgo
Claude Meisch referiu ainda que, na maioria das vezes, "os candidatos que desejam estudar medicina candidatam-se a várias universidades, incluindo a Universidade do Luxemburgo."
A 4 de janeiro deste ano, o Governo luxemburguês e o homólogo da Comunidade Francesa da Bélgica assinaram um acordo que garante o acesso de oito titulares de um bacharelato em medicina da Universidade do Luxemburgo ao segundo ciclo de estudos médicos numa das universidades da Comunidade Francesa da Bélgica.
"Esta possibilidade será oferecida a partir do ano académico de 2023-2024, dado que os primeiros estudantes obterão o bacharelato em medicina na Universidade do Luxemburgo no final do ano académico de 2022-2023", sublinhou o ministro.
O novo acordo mantém as disposições de um acordo especial anterior sobre cooperação universitária em formação médica, assinado em Bruxelas a 17 de julho de 2017. Este acordo prevê a possibilidade, para um máximo de 15 estudantes da Universidade do Luxemburgo que tenham completado com sucesso o seu primeiro ano de estudos médicos, de entrar no segundo ano de estudos médicos numa universidade da Comunidade Francesa da Bélgica.
(Este artigo foi originalmente publicado na edição francesa do Luxemburger Wort.)
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