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Fugitivo mais procurado da Europa é suspeito de assalto violento em Gonderange
Sociedade 3 min. 30.01.2023
Julgamento

Fugitivo mais procurado da Europa é suspeito de assalto violento em Gonderange

Este homem, de 24 anos, é um dos fugitivos mais procurados na Europa, entre outros crimes, pela participação no assalto no Luxemburgo.
Julgamento

Fugitivo mais procurado da Europa é suspeito de assalto violento em Gonderange

Este homem, de 24 anos, é um dos fugitivos mais procurados na Europa, entre outros crimes, pela participação no assalto no Luxemburgo.
Photo: Screenshot Eumostwanted
Sociedade 3 min. 30.01.2023
Julgamento

Fugitivo mais procurado da Europa é suspeito de assalto violento em Gonderange

Maximilian RICHARD
Maximilian RICHARD
Dois homens devem responder por assalto com agressão à casa de uma mulher de 80 anos.

Num domingo de dezembro de 2017, por volta das 6h30, o telefone tocou numa casa na estrada de Echternach para Gonderange. Uma menina de doze anos atende e o silêncio reina do outro lado da linha.  

Quase meia-hora depois, um pouco antes das 07h00, dois homens tocam à porta daquela casa residencial. A avó de 80 anos abre a porta e os homens dizem que vêm limpar a chaminé. A mulher desconfia da situação, fecha-lhes a porta e denuncia o caso à polícia.  A octagenária e a neta passam o resto da manhã em casa, porque a mãe da menina irá buscá-la por volta do meio-dia.  

A história poderia acabar aqui, mas não. Como descreveu um investigador sénior da polícia judiciária em tribunal na passada quinta-feira, dia 26 janeiro, os alegados limpa-chaminés voltaram a tocar à porta por volta do meio-dia. Desta vez, é a criança que abre. Os homens entram e invadem a casa, ameaçam com arma branca a criança e a avó 12 avó, e vasculham os quartos em busca de objetos de valor. Acabam por fugir com 204 euros e várias joias. Lá fora, não muito longe de casa, entram num carro que os espera, um automóvel VW Golf cinzento com sinais distintos da Alemanha.

Os dois homens, Walid H. e Gernot S., compareceram na 13ª Câmara Criminal do Tribunal do Luxemburgo. Em colaboração com as autoridades alemãs os dois suspeitos foram presos, mas um terceiro homem, fortemente suspeito de participar neste assalto, continua em fuga.

Dois dos assaltantes conhecem a sentença do tribunal no dia 23 fevereiro. O terceiro cúmplice continua em fuga.
Dois dos assaltantes conhecem a sentença do tribunal no dia 23 fevereiro. O terceiro cúmplice continua em fuga.
Photo d'archive: Steve Remesch

Abdullah Khodor integra a lista dos criminosos mais procurados na Europa desde março de 2022. O homem de 24 anos encontra-se atualmente na Turquia. O seu endereço é conhecido pela Justiça, contudo, as autoridades turcas não se mostram cooperantes.

Declarações contraditórias 

Ao lado de Walid H., agora com 25 anos, Abdullah Khodor terá entrado na casa da idosa naquele domingo de dezembro de 2017. Gernot S. ter-se-á ocupado principalmente da planificação do assaltos e da venda dos bens roubados. Durante o assalto, terá ficado no carro à espera dos dois cúmplices, para depois fugirem.

Como contou a menina, agora com 17 anos, em tribunal, Walid H. revistou a casa enquanto Abdullah Khodor as ameaçava. Os agressores exigiram à sua avó, entretanto falecida, a aliança de casamento que a idosa tinha no dedo, mas a mulher defendeu-se. "Pensei que iria acabar mal", declarou a jovem.

Os dois acusados não negam a participação no assalto, contudo, minimizaram o seu papel e as suas declarações são contraditórias com os resultados do inquérito. Walid H. afirmou, na quinta-feira, que não tinha uma faca consigo. Gernot S. declarou que escolheu aquela casa por insistência de Abdullah Khodor. Devido à sua profissão, este acusado vinha frequentemente ao Luxemburgo em trabalho, e partira do princípio que a casa estivesse inabitada.

Longa viagem desde o norte da Alemanha

A juíza não deu crédito às explicações de Gernot S. que, aliás, não soube responder à pergunta sobre o que iria roubar numa casa onde não vivia ninguém. E também não admitiu ter feito a primeira chamada telefónica para o telefone fixo da casa que assaltaram. Disse ter sido Abdullah Khodor, que não estava presente em tribunal, que utilizou o seu telefone.  

O principal investigador do caso explicou que os homens sairam do norte de Alemanha numa viagem de mais de cinco horas, tendo pernoitado num hotel em Trier. Na madrugada do dia seguinte seguiram até ao Luxemburgo para realizar o assalto. A análise de várias conversas num chat também provou que o assalto foi totalmente planeado. 

O julgamento continuou na sexta-feira e a sentença será proferida no dia 23 de fevereiro.

*Este artigo foi publicado originalmente no Wort.lu/de e adaptado para o Contacto por Paula Santos Ferreira. 

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