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Dez anos depois, há menos Bekis a circular em Rédange
Sociedade 3 min. 15.03.2023
Moeda regional

Dez anos depois, há menos Bekis a circular em Rédange

Moeda regional

Dez anos depois, há menos Bekis a circular em Rédange

Foto: Nico Muller
Sociedade 3 min. 15.03.2023
Moeda regional

Dez anos depois, há menos Bekis a circular em Rédange

Nadine SCHARTZ
Nadine SCHARTZ
Mais de 100 empresas regionais aceitam esta alternativa ao euro como meio de pagamento.

Os números impressionam: desde a introdução da moeda regional Beki em 2013, por iniciativa do político Camille Gira, um total de 1,72 milhões de euros foram trocados por Beki no cantão de Rédange. Mais de 100 empresas regionais aceitam esta alternativa ao euro como meio de pagamento. 

No entanto, as empresas começam a notar uma mudança. "Ninguém pagou com Beki este ano", diz Guy Bintz, da loja de arte "Articulum", em Rédange. No início, muitas pessoas pagavam com a nova moeda, mas as coisas acalmaram de forma considerável. Bintz diz que alguns clientes pagaram cursos de pintura com Bekis e que ele mesmo os usou, depois, em outros negócios.


A nota de 20 euros foi desenhada com base no tema do Ambiente por um rapaz de 15 anos da região.
Há um cantão no Luxemburgo que tem a sua própria moeda
É uma moeda alternativa ao euro, que pode ser trocada no banco e só circula entre dez municípios luxemburgueses.

Esta é a ideia básica por detrás do Beki: reforçar o poder de compra dos dez municípios que compõem o cantão e promover a economia circular regional. 

De acordo com Max Hilbert, coordenador da moeda regional, o Beki atua como um multiplicador. Quem paga com o Beki desencadeia uma reação em cadeia das compras regionais. Isto significa que o dinheiro é passado uma média de seis vezes antes de ser convertido de novo em euros. 

"Com 100 Bekis gastos, obtém-se um volume de negócios de 600 Bekis e, portanto, um poder de compra regionalmente ligado", explica Hilbert. Segundo ele, foram gerados entre 10 e 13 milhões de euros em volume de negócios com Beki nos últimos anos. 

A razão para as empresas não trocarem imediatemente a moeda regional para euros é simples. Quando o Beki é convertido em euros, 5% do montante é investido na região - 2% vai para associação de gestão do Beki, a "De Kär", e 3% é doado para caridade. É vantajoso para as empresas colaborar com outras empresas e fortalecerem-se mutuamente. Ao mesmo tempo, a procura de produtos e serviços regionais está a aumentar. 

Menos Bekis nas caixas registadoras  

Carine Mangen de "Chaussures Carine", em Rédange, também continua a investir os Bekis que recebe. No seu negócio, a moeda é usada, por norma, pelos mesmos clientes. Mas também Carine, tal como Guy Bintz, tem notado um declínio no uso da moeda. "Tenho a impressão de que há menos Bekis em circulação do que antes", diz.

Chantal Zossong e Günther Thillmont da "Spënnchen", sentem o mesmo. Nesta mercearia, os clientes pagam regularmente com Bekis, "mas menos do que no início", confirmam. Há muitos Bekis em circulação, sobretudo, pouco antes do fim da data de validade das notas. "Querem distribuí-las rapidamente", diz Thillmont. 

A padaria Jos, em Beckerich, contudo, tem uma base de clientes permanente que paga com a moeda regional. Uma vez que este município paga os subsídios dos estudantes em Bekis, os pais por vezes utilizam-nos na padaria, explica a proprietária Natacha Orben. 

Natacha Orben e Nadine Schaus usam relurgarmente a moeda Beki.
Natacha Orben e Nadine Schaus usam relurgarmente a moeda Beki.
Photo: Nadine Schartz

Embora isto reforce o poder de compra na região, os cidadãos também beneficiam da moeda. "Qualquer pessoa que saiba calcular paga com Beki", diz Max Hilbert. Os cidadãos recebem 103 Bekis por cada 100 euros e ganham logo três Bekis com a troca. Ao mesmo tempo, a moeda encoraja a uma mudança de mentalidade: "Pensam mais cuidadosamente sobre o que compram e onde o compram", diz.

"As pessoas e o ambiente estão no centro da iniciativa", sublinha Marc Neu, da "De Kär". "Queremos continuar a encorajar uma mudança de mentalidade no campo económico e socioeconómico". Os primeiros passos nesta direção já foram dados: ao participar na plataforma de crowdfunding "Vibrerlocal", os cidadãos podem, no futuro, apoiar com Bekis iniciativas de indivíduos ou associações no cantão.

(Artigo original publicado no jornal Virgule e adaptado para o Contacto por Ana Patrícia Cardoso). 

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