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Desemprego das mulheres dispara durante a pandemia
Sociedade 2 min. 08.03.2022 Do nosso arquivo online
Estudo

Desemprego das mulheres dispara durante a pandemia

Elas aumentaram em meia hora o tempo diário dedicado ao trabalho de casa e a cuidar das crianças.
Estudo

Desemprego das mulheres dispara durante a pandemia

Elas aumentaram em meia hora o tempo diário dedicado ao trabalho de casa e a cuidar das crianças.
Foto: Shutterstock
Sociedade 2 min. 08.03.2022 Do nosso arquivo online
Estudo

Desemprego das mulheres dispara durante a pandemia

Madalena QUEIRÓS
Madalena QUEIRÓS
O principal problema é que, mesmo depois do fim da pandemia, as taxas de desemprego das mulheres continuam elevadas, enquanto nos homens o desemprego já baixou.

As mulheres foram uma das principais vítimas da pandemia. “O número de trabalhadoras na força de trabalho sofreu uma redução de 7%, quando comparado com o período antes da pandemia”, pode ler-se no relatório “Covid-19 e Igualdade de Género”, elaborado pelo Instituto de Investigação socioeconómica do Luxemburgo (Liser).

A situação de partida já não era boa. “Mesmo antes da pandemia, as mulheres nos países desenvolvidos ocupavam frequentemente empregos mais precários, com salários mais baixos”, saliente o relatório. Agora tudo piorou. 

O estudo revela que no Luxemburgo elas perderam mais o emprego que eles. Mas o principal problema é que, mesmo depois do fim da pandemia, as taxas de desemprego das mulheres continuam elevadas, enquanto nos homens o desemprego voltou aos indicadores anteriores à crise. Também as situações de desemprego temporário “são mais frequentes nas mulheres, permanecendo elevadas mesmo depois do fim da pandemia, enquanto nos homens a percentagem já baixou”, pode ler-se neste estudo.


Luxemburgo. Mais de 43 mil mulheres foram vítimas de violência só no último ano
Quase 30 mil mulheres residentes dizem já ter sido violadas ou vítimas de uma tentativa de violação ao longo da vida. Os números divulgados pelo Statec pretendem sensibilizar para o grave problema no país e no mundo.

Mas elas continuam a ser a principal força de trabalho na saúde e a assegurar a maioria do trabalho em casa e o cuidar das crianças. “As mulheres representam quase 70% da força de trabalho no setor da saúde, expondo-se, assim, a um maior risco de infeções. Ao mesmo tempo que asseguram a maioria do trabalho em casa, apoiando o ensino à distância com o encerramento das escolas aumentando a carga de trabalho não pago desempenhado pelas mulheres”, refere o estudo.

Com o confinamento elas trabalham ainda mais em casa

“As circunstâncias extraordinárias da pandemia exacerbaram ainda mais as desigualdades de género pré-existentes no uso do tempo” sublinham os autores deste relatório. Os indicadores mostram que durante a pandemia “as mulheres aumentaram em meia hora diária o tempo dedicado ao trabalho doméstico e a cuidar das crianças. 

E a situação de desigualdade permanece. Mesmo depois do confinamento, “as mulheres continuam a trabalhar em casa mais, enquanto que os homens voltaram aos valores anteriores à pandemia.


Luxemburgo é o país com a menor diferença salarial entre mulheres e homens na UE
No Grão-Ducado, o salário das mulheres é 0,7% inferior ao dos homens, segundo o Eurostat. Esta é a diferença mais pequena na UE. Na Alemanha e Suíça, países com maior disparidade, as mulheres ganham menos 18%.

No Luxemburgo aumentou ainda o número de famílias em que a mãe é a única responsável pelo cuidar das crianças e pelo trabalho doméstico. Enquanto os indicadores da Alemanha, pelo contrário, revelam que aumentou a percentagem de famílias em que o tempo despendido pelo pai no cuidar dos filhos aumentou durante a pandemia.

Desigualdade vive-se também no mundo das relações sociais

“As mulheres no Luxemburgo têm menos interações sociais que os homens” e com o confinamento houve “um aumento do seu isolamento social”, o que pode ter “consequências no seu bem-estar e na sua saúde mental”.

O estudo revela ainda que “a carga psicológica das mulheres foi mais pesada que a dos homens, devido a fatores de risco, como o crescimento das preocupações, incertezas e isolamento social que tiveram consequências na saúde mental das mulheres”.

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