Covid-19. Pessoas vacinadas têm de continuar a usar máscara
Covid-19. Pessoas vacinadas têm de continuar a usar máscara
Até 70% dos residentes do Luxemburgo estarem vacinados, percentagem tida como suficiente para garantir a imunidade da população contra o vírus SARS-CoV-2, quem for vacinado vai ter de manter o uso da máscara como medida de prevenção contra a transmissão da doença, alertam especialistas internacionais.
As vacinas anti-covid que, em breve, vão chegar à Europa e ao Luxemburgo são tidas como muito eficazes na “prevenção da doença sintomática e grave”, declarou à CNN Leana Wen, médica intensivista e professora da Escola de Saúde Pública do Milken Institute, da Universidade George Washington, nos EUA.
Isto significa que estas novas vacinas impedem que “as pessoas fiquem doentes o suficiente para desenvolver sintomas, evitando assim que adoeçam gravemente e necessitem de ser hospitalizadas”. E isso, vinca “é a grande notícia”.
Estudos e imunidade de grupo
No entanto, “ainda não há estudos realizados" para saber se “as vacinas impedem alguém de transportar o vírus e transmiti-los a outras pessoas”, esclarece Leana Wen.
“É possível que alguém receba a vacina mas ainda seja um portador assintomático. Estas pessoas podem não apresentar sintomas, mas têm o vírus na passagem nasal [do nariz] pelo que ao respirar, falar, espirrar podem contagiar outras pessoas”.
Como infeção respiratória que é a covid, é no nariz que o vírus permanece e se multiplica mais rapidamente, por isso, é importante as pessoas vacinadas continuarem a usar máscara de proteção facial, durante mais um tempo e tal como todas as restantes pessoas. Até a população estar imunizada contra a covid-19 e os estudos às vacinas provarem quem elas são capazes de aniquilar o vírus no nariz.
A mesma explicação dá a imunologista Michal Tal, da Universidade de Stanford ao jornal norte-americano The New York Times, alertando que "vai ser muito importante" para quem se vacine "saber que terá de continuar a usar máscara, porque ainda pode ser contagioso”.
Cientistas confiantes
As vacinas desenvolvidas atualmente contra o novo coronavírus são administradas através de uma injeção intramuscular e são rapidamente absorvidas pela corrente sanguínea. Aí estimulam o sistema imunológico a desenvolver anticorpos, que protegem contra a infeção pelo SARS-CoV-2. Alguns desses anticorpos vão chegar à mucosa nasal, onde permanecem. Mas até agora, ainda se desconhece qual a quantidade e a rapidez com que esses anticorpos chegam ao nariz.
“É uma corrida: depende se o vírus pode se replicar mais rápido ou se o sistema imunológico pode controlá-lo mais rápido”, declarou ao The New York Times a imunologista Marion Pepper, Universidade de Washington. “É uma questão muito importante.”
Caso sejam insuficientes ou demorem a chegar à mucosa nasal o vírus pode instalar-se no nariz e mesmo que a pessoa não adoeça, porque está vacinada, pode manter o poder de contágio. De salientar, que a vacina irá encaminhar e muito rapidamente quantidades suficientes de anticorpos para os pulmões, o órgão que é mais afetado e onde a inflamação pelo vírus da covid-19 se pode tornar grave ao ponto da pessoa ter de ser internada.
Os cientistas estão confiantes de que os anticorpos gerados pela toma da vacina anti-covid, que chegam à mucosa do nariz, serão suficientes para impedir a transmissão do vírus a outras pessoas.
“Penso que depois de vacinada a pessoa desenvolve imunidade e a sua capacidade de infetar outras pessoas também diminuirá”, perspetivou o imunologista Akiko Iwasaki, da Universidade de Yale, àquele diário norte-americano. “Mesmo se uma pessoa estiver infetada, o nível de vírus que replica no nariz será reduzido”, vincou.
Apelo à vacinação
Enquanto não houver estudos a confirmar o poder das vacinas no nariz e não estiver criada a imunidade de grupo entre a população, estes especialistas apelam para as pessoas vacinadas continuem e usa máscara e a manter o distanciamento social por mais uns meses, como toda a restante população.Como refere a médica Leana Wen à CNN, os próprios profissionais de saúde, os primeiros a ser vacinados, irão com certeza continuar a usar máscara depois de receberem a vacina.
Em todos os países, a vacinação será feita por grupos populacionais específicos e prioritários nas primeiras fases, pelo que levará alguns meses até os 70% dos residentes de cada país estarem vacinados. Os EUA já começaram a sua campanha de vacinação e em breve as vacinas anti-covid vão ser distribuídas pelos estados membros da União Europeia, entre eles o Luxemburgo.
O Grão-Ducado, por ser um país mais pequeno, deverá ser mais rápido conseguir esta imunidade de grupo. A imunidade de grupo “dependerá da capacidade de produção, distribuição e da vacinação da população, pelo que os especialistas e governos apelam aos seus cidadãos “para que sejam vacinados”.
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