Covid-19. Medicamento espanhol reduz quase totalmente carga viral
Covid-19. Medicamento espanhol reduz quase totalmente carga viral
Quando vários países a acusam as farmacêuticas de atrasarem os planos de vacinação, a medicina debate-se com a dificuldade de enfrentar as novas vagas com a dexametasona, um medicamento que veio substituir a utilização do remdesivir, a primeira arma contra a covid-19, que se revelou pouco eficaz.
Só que um estudo publicado pela Science afirma que a plitidepsina, uma substância aprovada para tratar o mieloma múltiplo (um tipo de cancro da medula óssea) é 27,5 vezes mais potente que o remdesivir. O novo estudo, desenvolvido com ratos, sugere que a plitidepsina poderia ser útil na redução da carga viral em até 99%.
O estudo compara a capacidade da plitidepsina de inibir a SARS-CoV-2 contra outras substâncias e os resultados são de entre 9 e 87,5 vezes mais potentes. A plitidepsina consegue bloquear uma proteína humana, a eEF1A, que a SARS-CoV-2 utiliza para se replicar em células. Desta forma, bloqueia a multiplicação do vírus. Foi também demonstrado que tem ação antiviral nos pulmões e a sua capacidade de mitigar a inflamação provocada pela covid-19 que os conduz ao colapso.
A plitidepsina já está a ser testada em laboratórios experimentais em França e nos Estados Unidos. Em dois modelos animais diferentes de infeção por coronavírus SARS-CoV-2, o ensaio demonstrou uma replicação viral reduzida, com uma diminuição de 99% das cargas virais no pulmão dos animais tratados com plidepsina.
Os investigadores observaram que embora a toxicidade seja uma preocupação com qualquer antiviral que vise uma proteína de células humanas, o perfil de segurança da plitidepsina está bem estabelecido em humanos e que as doses bem toleradas de plitidepsina utilizadas no ensaio clínico contra a covid-19 são ainda mais baixas do que as utilizadas nestas experiências.
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