Covid-19. Atividade física pode ajudar a reduzir sintomas e gravidade da doença
Covid-19. Atividade física pode ajudar a reduzir sintomas e gravidade da doença
Um consórcio de instituições luxemburguesas da área da saúde concluiu, num estudo recente, que as pessoas que eram mais ativas fisicamente antes de serem infetadas com covid-19 não só apresentaram sintomas menos graves da doença, como também revelaram menos probabilidades de desenvolver formas mais severas da infeção, como a fadiga, tosse seca e dores no peito.
Esta investigação, publicada no final de abril no British Medical Journal, e divulgada esta segunda-feira, faz parte do projeto nacional "Predi-Covid". Este projeto foi lançado em 2020 e entre os seus objetivos está o de determinar quais os perfis de pacientes que podem ser associados a um prognóstico mais grave da doença.
Ainda que o risco de formas mais graves de covid-19 aumente com a idade, pouco se sabe ainda sobre outras condições clínicas e características biológicas que conduzem às disparidades observadas sobre a gravidade e prognóstico da doença, como explica o comunicado de apresentação das conclusões deste estudo.
No âmbito do projeto "Predi-Covid" - conduzido pelo Instituto da Saúde do Luxemburgo (LIH na sigla original) e por um consórcio de instituições luxemburguesas de pesquisa, como o Biobanco Integrado do Luxemburgo (IBBL), o Laboratório Nacional da Saúde (LNS), a Universidade do Luxemburgo, o Centro de Sistemas de Biomedicina do Luxemburgo (LCSB, na sigla original) e o Centro Hospitalar do Luxemburgo (CHL) - foi então analisada a associação entre a atividade física praticada antes da infeção e a gravidade da covid-19, após o diagnóstico positivo.
Para isso foram comparados, com essa atividade, doze sintomas, entre exemplos frequentes como tosse seca, febre, perda de gosto e cheiro e fadiga, e outros menos comuns, como dores no peito, confusão e quedas.
Dos passeios ao desporto, tudo ajuda a combater a gravidade da covid
A análise foi realizada através de um questionário a 452 voluntários, com idades entre os 31 e 51 anos de idade, que tinham relatado ter realizado atividades físicas no ano anterior a terem ficado infetados.
As atividades incluíam desde passeios, a tarefas quotidianas ou jardinagem, bem como práticas fisicamente mais exigentes, como o desporto.
O estudo concluiu que quanto maior a atividade física menor o grau de gravidade dos sintomas.
"Os investigadores descobriram que os participantes com maior atividade apresentavam um risco menor de severidade moderada da covid-19", refere o comunicado do Instituto da Saúde do Luxemburgo, acrescentando que a um maior nível de atividade física "foi também associado um menor risco de sentir fadiga, tosse seca e dores no peito". Sintomas que se encontram entre os mais comuns relatados por doentes infetados com o vírus SARS-CoV-2.
Guy Fagherazzi, investigador principal do projeto "Predi-COVID" salienta, no mesmo texto, que "este estudo fornece evidências de que a atividade física é um fator de risco modificável para a severidade da covid-19, incluindo na fase moderada da doença". "Os nossos resultados sugerem que o envolvimento regular em atividades físicas pode ser uma das ações chave que os indivíduos podem tomar para minimizar as consequências adversas da covid-19" resume.
Os resultados da análise indicam ainda que os indivíduos, e as suas ações, podem ter um impacto maior do que aquele que se pensava na prevenção de doenças infecciosas, como a covid-19.
Siga-nos no Facebook, Twitter e receba as nossas newsletters diárias.
