Bronquiolite, a doença que está a sobrecarregar as urgências pediátricas
Bronquiolite, a doença que está a sobrecarregar as urgências pediátricas
A bronquiolite, que afeta principalmente crianças muito pequenas, é uma doença muito comum e maioritariamente inofensiva. Mas os seus sintomas são relevantes e, por vezes, podem tornar-se tão complicados que requerem hospitalização, como tem acontecido em França, onde as urgências pediátricas têm estado sob pressão devido ao grande número de casos. No Luxemburgo, já houve, pelo menos, uma dezena de crianças internadas com a doença.
O que é a bronquiolite infantil?
A bronquiolite é uma infeção dos brônquios, mais frequentemente devido a um vírus muito comum e contagioso chamado vírus sincicial respiratório (VSR).
Ocorre em crianças com menos de dois anos - um terço delas sofre com a doença todos os anos - e especialmente em bebés com menos de oito meses.
A epidemia é de recrudescência altamente sazonal: geralmente começa em meados de outubro e termina no final do inverno, com um pico em dezembro.
Estima-se que mais de 90% das crianças com menos de dois anos tenham tido, pelo menos, uma infeção devido a este vírus, a grande maioria sem quaisquer consequências.
No entanto, crianças muito pequenas, especialmente as que têm menos de dois meses, podem apresentar formas mais graves da doença, que podem requerer hospitalização, por vezes em cuidados críticos.
Como se transmite?
Adultos e crianças mais velhas que transportam o vírus geralmente não apresentam sintomas ou confundem-nos com uma simples constipação. Muitas pessoas são contagiosas sem o saberem.
A doença é facilmente transmitida através da saliva, tosse e espirros e pode permanecer nas mãos e objetos (tais como brinquedos, chupetas, edredons).
Para proteger os seus filhos, os pais podem adotar comportamentos preventivos simples e eficazes: limitar visitas, lavar as mãos, lavar regularmente brinquedos e peluches, usar eles próprios uma máscara e arejar regularmente as divisões.
Quais são os sintomas?
A bronquiolite começa com uma simples constipação (nariz entupido ou a pingar) e uma pequena tosse. Então, a tosse torna-se mais frequente e a respiração pode tornar-se sibilante. A criança pode ter dificuldade em respirar, comer e dormir e pode ganhar febre.
Na maioria dos casos, a bronquiolite cura-se espontaneamente após cinco a dez dias, mas a tosse pode persistir durante duas a quatro semanas.
O que fazer quando um bebé está doente?
Deve dirigir-se ao médico. Examinar a criança permite diagnosticar a bronquiolite e avaliar a gravidade do caso.
Dependendo da idade do bebé (especialmente se tiver menos de dois meses), do seu estado de saúde e da gravidade da bronquiolite, o médico irá avaliar se a hospitalização para monitorização é necessária.
Mas, em certos casos, é melhor ligar diretamente para o 112: se a criança tiver menos de seis semanas, se for um antigo bebé prematuro com menos de três meses, se já tiver uma doença respiratória ou cardíaca identificada, se beber menos de metade do leite dos seus biberões em três refeições consecutivas ou vomitar sistematicamente, se dormir permanentemente, ou pelo contrário, chorar de forma invulgar e não conseguir adormecer.
O que pode ajudar a criança?
Geralmente, os médicos aconselham a limpar o nariz, lavando-o. Os bebés com menos de seis meses respiram apenas pelo nariz, pois não conseguem respirar pela boca. Para garantir que bebem e comem o suficiente, deve ser-lhes oferecida água regularmente para evitar a desidratação; continuar a alimentá-los normalmente, dividindo as suas refeições e oferecendo pequenas quantidades se estiver cansado. O vómito é comum durante episódios de tosse.
Fora certas situações avaliadas pelos médicos, a fisioterapia respiratória já não é recomendada pela Autoridade Nacional de Saúde francesa desde novembro de 2019, durante um primeiro episódio de bronquiolite infantil.
Os antitússicos, os expetorantes e liquefeitos estão contraindicados em crianças com menos de dois anos. Por outro lado, como a infeção é viral, os antibióticos são inúteis.
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