Brexit. Universidade do Luxemburgo junta-se a outras pela manutenção do programa Erasmus
Brexit. Universidade do Luxemburgo junta-se a outras pela manutenção do programa Erasmus
A partir desta sexta-feira, 31 de janeiro, o Reino Unido começa o seu processo de saída da União Europeia, 47 anos depois da sua adesão à então CEE. Esta é a primeira saída de um estado membro da comunidade e são muitas as mudanças que se avizinham.
Uma delas será no programa Erasmus, criado há mais de 30 anos e que tem permitido a jovens da União Europeia estudar e viver em diferentes estados-membros, ao abrigo de uma bolsa.
Com o Brexit, essa possibilidade passará a estar vetada no Reino Unido, já que, no início do mês, o país rejeitou uma cláusula que manteria o programa ativo mesmo com a sua saída da UE. Em 2018, a Grã-Bretanha era o quinto país comunitário a receber estudantes, aponta o Luxembourg Times.
No mesmo ano, refere o jornal, 51,427 estudantes britânicos participaram no programa.
Nos últimos quatro anos o Luxemburgo acolheu 267 estudantes de Erasmus, seis deles do Reino Unido. No mesmo período, este país acolheu 42 estudantes luxemburgueses.
O programa Erasmus foi evoluindo ao longo dos anos e além do intercâmbio universitário, deu origem também a estágios, experiências em contexto de trabalho e de voluntariado.
Para muitos jovens foi a primeira e única oportunidade de passar um ano a viver e a estudar ou trabalhar noutro país.
Alguns dos estudantes britânicos que escolheram o Luxemburgo para estudar, permaneceram no Grão-Ducado depois do programa ter terminado, mostra a reportagem do Luxembourg Times.
Para Rolf Tarrach, antigo presidente da Associação Europeia de Universidades (AEU) e responsável pela Universidade do Luxemburgo durante 10 anos, a decisão do Reino Unido não constitui uma surpresa, embora a considere prejudicial para os jovens estudantes tanto do continente europeu como do Reino Unido.
"Considerando que para muitos o valor maior do programa Erasmus é ajudar pessoas formadas a sentirem-se realmente europeias, seria supreendente que o governo britânico com a sua posição anti-europeia estivesse interessado em continuá-lo", afirmou ao mesmo jornal.
Apesar disso, um grupo de 30 universidades e instituições dos 33 países que integram o programa assinaram um documento a apela à Comissão Europeia que atue e exerça pressão para que o programa se mantenha em vigor nos mesmos países que integrou até aqui.
O documento é subscrito pela AEU, que representa mais de 800 instituições de ensino superior da Europa.
