Alemanha. Quase 10 milhões têm App para saber se há infetados covid-19 por perto
Alemanha. Quase 10 milhões têm App para saber se há infetados covid-19 por perto
As aplicações de telemóvel capazes de avisar se as pessoas estão próximas de doentes infetados com covid-19, chamadas de Apps de rastreamento covid-19 são alvo de polémica em muitos países por razões éticas que esta tecnologia coloca. Nomeadamente no Luxemburgo, onde ainda não se desenvolveu esta tecnologia exatamente por essas razões.
No entanto, são cada vez mais os países, nomeadamente europeus que estão a adotar estas aplicações de telemóvel para conseguir controlar a pandemia. O download da App covid é voluntário e nele a pessoa coloca se está infetada.
Uma informação que é transmitida a uma central de coleta destes dados, que assim saberá onde, por exemplo, se corre o risco de nascer um novo foco da epidemia, no país e atuar preventivamente.
Há sistemas que nas centrais identificam estes utilizadores mas garantem guardar os dados apenas por 15 dias, o período estimado de incubação da doença.
Utilizadores não identificados
Contudo, entre os utilizadores, os doentes não são identificados. Apenas se sabe que nas proximidades existe um ou mais pessoas infetadas, mas não se sabe quem são. Isto permite aos habitantes reforçarem as medidas de prevenção, ou afastarem-se do local.
No entanto, como referem os especialistas para este sistema de rastreamento ser eficaz é necessário que mais de 60% das pessoas tenham aderido e descarregado a aplicação. Caso contrário não terá efeito.
Alemanha: 11,5% da população em 7 dias
Na Alemanha, a App de rastreamento 'Corona warn-app' entrou na passada segunda-feira, dia 15, em funcionamento e numa semana, 9,6 milhões de pessoas já baixaram o aplicativo, ou seja, 11,5 % da população do país, como informou o Instituto Robert Koch, organismo que estuda e combate as doenças infecciosas no país.
“Cada novo usuário torna o aplicativo mais útil. Portanto, é importante que o maior número possível de pessoas faça o download ”, escreve este Instituto na mensagem no twitter.
No entanto, o sistema desta aplicação é diferente de outros. Como explica a edição francesa do Wort a versão alemã utiliza o bluetooth para detectar os perfis em movimento, ou seja, quais os outros usuários do aplicativo estão por perto e os que estão doentes. Além disso, os dados do usuário não são armazenados nos servidores centrais.
França sem sucesso na adesão
Já em França, a App StopCovid que entrou em funcionamento há duas semanas ainda só foi baixada por cerca de dois milhões de franceses, um número relativamente baixo, como realça o jornal Figaro.
O Governo tem sido muito criticado por ter escolhido esta App que acompanha usuários que se cruzam ao longo de quinze dias. O governo garante que o aplicativo não gera identificações não criptografados, ou seja, com os seus nomes verdadeiros, utilizando pseudónimos. Contudo, há quem tema que estes dados possam servir para se criarem empresas de vigilância.
Para Cédric O, secretário de Estado do Digital nas grandes cidades francesas basta que 10% da população adira à App StopCovid para que esta seja um sucesso, ao Le Figaro, explicou ao Le Figaro. Em sua defesa os promotores deste sistema avançam que se houver uma segunda vaga da covid-19, uma próxima pandemia ou outra doença, o sistema de rastreamento está já desenvolvido.
No Luxemburgo o assunto está a ser debatido embora Xavier Bettel não se mostre muito favorável à adoção destas aplicações de rastreamento. Muito menos na fase descendente em que se encontra a epidemia no país, neste momento.
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