"A violência doméstica é uma realidade diária no Luxemburgo"
"A violência doméstica é uma realidade diária no Luxemburgo"
Na semana em que decorre a "Orange Week", jornada de sensibilização contra a eliminação da violência contra as mulheres, a ministra da Igualdade entre Mulheres e Homens, Taina Bofferding, explica ao Contacto como a violência doméstica tem de ser travada no Luxemburgo. E como o problema tem de ser levado à luz do dia para a praça pública, para acabar com o estigma e atuar logo no início, através da prevenção, não só junto das vítimas, mas também dos agressores. "A violência dói. Há ajuda", é a mensagem principal da governante às vítimas deste flagelo social.
O Ministério da Igualdade entre Mulheres e Homens aposta numa abordagem global no combate à violência doméstica no país. A sra. Ministra defende “que a prestação de apoio adequado aos agressores é uma das chaves para melhor proteger as vítimas". Diz também que devemos "ajudar os agressores, sem os julgarmos". Gostaria que explicasse as suas afirmações.
A violência doméstica continua a ser uma realidade diária no Luxemburgo, afetando todos os meios sociais e todas as comunidades. Para combater este problema social, o Ministério da Igualdade entre Mulheres e Homens (MEGA) intervém com uma abordagem multidimensional a vários níveis: para além de cuidar das vítimas e dos autores de violência, o MEGA concentra-se em atividades de prevenção e de sensibilização do público em geral.
Ao promover os nossos dispositivos de ajuda e ao equipar quem sofra de violência, quem utilize a violência, ou quem testemunhe a violência, de modo a que todos possam agir precocemente, contribuímos para quebrar o ciclo de violência. Acreditamos que esta abordagem global de apoio às vítimas, agressores e testemunhas, cujos diferentes elementos são complementares e se reforçam mutuamente, vai ajudar a quebrar o ciclo de violência, ajudando as diferentes partes envolvidas. Oferecer proteção às vítimas, ao mesmo tempo que as torna conscientes dos fatores de risco, sancionar, responsabilizar os agressores e ajudá-los a adotar comportamentos não violentos, e equipar as testemunhas para agirem, são todos elementos necessários para quebrar o ciclo de violência.
Está neste momento a decorrer uma campanha que visa responsabilizar os agressores de violência doméstica realizada pelo seu ministério em colaboração com o serviço Riicht Eraus, da Cruz Vermelha.
Lançámos esta campanha de sensibilização contra a violência doméstica a 30 de setembro de 2021, dirigida especificamente aos agressores. Como é essencial prevenir situações de violência para o bem-estar de todos, esta campanha visa responsabilizar os agressores e encorajá-los a procurar ajuda. Acompanhar os autores em relação a comportamentos não violentos é um elemento chave para proteger as vítimas e quebrar o ciclo de violência. Porque pessoas menos violentas também significa menos violência doméstica.
Em relação ao tratamento dos agressores de violência pelo serviço Riicht Eraus, da Cruz Vermelha Luxemburguesa, deve ser realçado que o objetivo das consultas do Riicht Eraus é o de sensibilizar os autores para o impacto do seu comportamento violento no seu ambiente social, e a aprendizagem de métodos pacíficos para resolverem situações de risco. Ensinar os agressores a conhecerem os seus limites e como devem lidar com os seus conflitos de uma forma pacífica, pode proteger as vítimas e reduzir a violência.
Que mensagem quer deixar com as vítimas de violência doméstica? Muitos sofrem anos de silêncio porque têm medo e vergonha de falar.
O Ministério não aceita a violência doméstica como uma inevitabilidade ou um assunto privado, mas trabalha todos os dias para quebrar o tabu que envolve o problema, e apoia os seus parceiros que trabalham no terreno, com 16 milhões de euros por ano, para operacionalizar este compromisso e assegurar apoio profissional a qualquer pessoa que tenha sofrido violência.
Ao trazer o assunto para a praça pública, e ao promover o nosso sistema de apoio e assistência, o MEGA procura retirar o estigma, estimular a consciência e a capacidade de resposta em toda a sociedade e, em última análise, encorajar estas pessoas a agir numa fase precoce e a pôr fim à espiral de violência.
A nossa principal mensagem às vítimas de violência é: A violência dói, há ajuda.
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