"A falta de respeito [na estrada] deveria ser punível com multa"
"A falta de respeito [na estrada] deveria ser punível com multa"
O aumento da propensão para a violência de condutores e entre condutores é "bem visível" nas estradas do Luxemburgo e a "situação é preocupante" diz ao Contacto Paul Hammelmann, presidente da associação Segurança Rodoviária do Luxemburgo, que defende multas para quem pratica atos de "falta de respeito" na estrada.
Para o responsável, esta agressividade quando se está ao volante é o reflexo do quotidiano, de uma realidade em que as pessoas que estão "mais stressadas e propensas a atitudes violentas". A culpa é da pandemia, avança Hammelmann.
"Não sou eu quem o diz, são sociólogos e especialistas que consideram que o confinamento, e a perda de liberdade que as pessoas sofreram com a covid-19, levou a que no pós-pandemia surgisse um aumento de stress, de violência para com os outros, como se [no pós-pandemia] tudo fosse permitido. Trata-se de um novo fenómeno visível no dia a dia, mas também nas estradas", explica.
Declarações feitas a propósito da divulgação dos dados sobre o aumento de violência voluntária pelo ministro da Segurança Interna, Henri Kox, em resposta a uma pergunta dos deputados Laurent Mosar e Léon Gloden, do CSV.
Como mostra o relatório anual da polícia de 2021, o mais atual, a "propensão para a violência aumentou nos últimos cinco anos: mais 10% em 2021, em relação a 2017, em relação a atos de agressão, e mais 22% em 2021 nos casos de ameaças [à integridade física]", indica Henri Kox.
Falta de respeito e de civismo
Para travar o crescimento da violência "é necessário atuar precocemente", avisa Paul Hammelmann. No pós-pandemia, “a incivilidade é maior”, ou seja, existe "maior falta de respeito, mais atitudes grosseiras e falta de civismo", defende.
As discussões entre condutores, que por vezes chegam a ameaças e a agressões físicas, são “muito mais frequentes do que antes”, diz o presidente da Segurança Rodoviária. “Como associação pedimos que a polícia atue. A falta de respeito, a incivilidade, deveria ser punível com multa fiscal”, defende.
E dá um exemplo: “No outro dia vi um veículo parar em cima da passadeira e uma mãe com um filho pequeno não conseguiam atravessar. Como estava um polícia nas imediações perguntei-lhe porque não multava o condutor. O agente respondeu-me que não tinha tempo...”.
Prevenir a violência
“Se houver sanções para a falta de respeito, um risco sério de se ser punido, as pessoas irão pensar duas vezes”, argumenta Paul Hammelmann, realçando já ter pedido ao ministro Henri Kox esse maior controlo policial.
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