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TAP. Alexandra Reis vai ter de devolver mais de 450 mil euros da indemnização
Portugal 4 min. 06.03.2023
IGF

TAP. Alexandra Reis vai ter de devolver mais de 450 mil euros da indemnização

Ex-secretária de Estado do Tesouro, Alexandra Reis.
IGF

TAP. Alexandra Reis vai ter de devolver mais de 450 mil euros da indemnização

Ex-secretária de Estado do Tesouro, Alexandra Reis.
Foto: LUSA
Portugal 4 min. 06.03.2023
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TAP. Alexandra Reis vai ter de devolver mais de 450 mil euros da indemnização

Lusa
Lusa
A Inspeção-Geral das Finanças concluiu que o acordo celebrado para a saída de ex-administradora da TAP é nulo.

A Inspeção-Geral das Finanças concluiu que o acordo celebrado para a saída de Alexandra Reis da TAP é nulo, adiantou o Governo, que vai pedir a restituição dos valores. A ex-administradora da TAP Alexandra Reis discordou do parecer da Inspeção-Geral de Finanças (IGF) mas assegura que por "vontade própria" devolverá o montante indicado pela entidade, lamentando "os ataques de caráter" de que foi alvo.

“A avaliação da Inspeção-geral das Finanças [IGF] concluiu pela nulidade do acordo celebrado em fevereiro de 2022 […]. Recorre a necessidade de repor a legalidade do procedimento de cessação de funções e torna elegível a devolução das verbas”, afirmou o ministro das Finanças, Fernando Medina, que falava numa conferência de imprensa, em Lisboa, a propósito da entrega do relatório da IGF sobre a saída de Alexandra Reis da TAP.

A verificação pela IGF da legalidade da indemnização paga a Alexandra Reis foi determinada em 27 de dezembro do ano passado pelo ministro das Finanças, Fernando Medina, e pelo então ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos.

Alexandra Reis vai ter de devolver um total de 450.110,26 euros da compensação que lhe foi paga pela TAP, segundo o relatório da auditoria da Inspeção-Geral de Finanças (IGF), hoje divulgado.

Ex-administradora tem direito ao abono dos dias de férias não gozados   

Para a IGF, independentemente de Alexandra Reis ter saído por "denúncia ou demissão por mera conveniência", esta "terá de devolver à TAP os valores que recebeu na sequência da cessação de funções enquanto Administradora, os quais ascendem a 443.500 euros, a que acrescem, pelo menos, 6.610,26 euros, correspondentes a benefícios em espécie".

A IGF salvaguarda, porém, que a ex-administradora da TAP "terá direito ao abono dos dias de férias não gozados naquela qualidade".

A IGF decretou a nulidade do acordo de pagamento da compensação de 500 mil euros a Alexandra Reis, mas excetua deste valor a retribuição de fevereiro e a parte relativa à compensação pelo fim do contrato de trabalho.

"O Acordo de cessação de relações contratuais celebrado entre a TAP, S.A. e a Eng.ª Alexandra Reis, envolvendo uma compensação global de 500 000 euros, é nulo exceto nas partes relativas à cessação do contrato individual de trabalho e à respetiva compensação (56.500 euros)", refere o relatório.

A IGF considera ainda devido "o pagamento da retribuição do mês de fevereiro de 2022 (17. 500 euros)".


Presidente do Conselho de Administração e a CEO da TAP de saída
Em causa o relatório da Inspeção-Geral das Finanças que concluiu que o acordo celebrado para a saída de Alexandra Reis da TAP é nulo.

Em dezembro passado, a Alexandra Reis tomou posse como secretária de Estado do Tesouro, tendo então estalado a polémica sobre a indemnização que recebeu quando saiu da companhia aérea detida pelo Estado (500 mil euros).

Numa declaração escrita enviada à Lusa, nesse mês, Alexandra Reis disse que o acordo de cessação de funções “como administradora das empresas do universo TAP” e a revogação do seu “contrato de trabalho com a TAP S.A., ambas solicitadas pela TAP, bem como a sua comunicação pública, foi acordado entre as equipas jurídicas de ambas as partes, mandatadas para garantirem a adoção das melhores práticas e o estrito cumprimento de todos os preceitos legais”.

"Não quero ter um euro sobre o qual recaia a mínima suspeita"  

Entretanto, a ex-administradora da TAP Alexandra Reis discordou hoje do parecer da Inspeção-Geral de Finanças (IGF) mas assegura que por "vontade própria" devolverá o montante indicado pela entidade, lamentando "os ataques de caráter" de que foi alvo.

"Não posso, pois, concordar com o relatório da IGF, ou seja, com um parecer, e que não é mais que isso, que reescreve o que se passou para dar aquela que é provavelmente a resposta mais fácil", mas "todavia, equivocada", afirma Alexandra Reis, num comunicado enviado às redações.

Mas, "para que não restem quaisquer dúvidas, e como afirmei desde o início, não quero ter um euro sobre o qual recaia a mínima suspeita", asseverou a gestora.

"Aceitei sair de uma empresa, à qual me entreguei com todo o meu compromisso e dedicação na defesa dos seus interesses, num dos momentos mais difíceis da sua existência, em total boa-fé, e, embora discorde do parecer da IGF e nada me obrigue a isso, reafirmo o que sempre disse que faria: por minha vontade própria devolverei o que indica a IGF, lamentando os ataques de caráter de que fui alvo nos últimos meses e com os olhos postos no futuro", sublinhou Alexandra Reis.

(Notícia atualizada às 21h18)

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