Presidenciais. Autarquias preparam testes de rastreio para elementos das mesas de voto
Presidenciais. Autarquias preparam testes de rastreio para elementos das mesas de voto
A três dias das eleições presidenciais, algumas autarquias portuguesas decidiram que vão realizar testes de rastreio à covid-19 aos elementos que vão estar nas mesas de voto e a acompanhar o processo eleitoral.
A Câmara Municipal de Coimbra vai testar mais de 700 cidadãos que vão estar a trabalhar no domingo no concelho de Coimbra, para que o ato eleitoral decorra em segurança.
Além dos cerca de 725 “membros das mesas de voto que se encontram nomeados”, serão também testados “os membros das Juntas de Freguesias e equipas municipais de apoio destacados para acompanhar o ato eleitoral” no concelho de Coimbra, segundo adiantou à agência Lusa Manuel Machado, acrescentando que ao todo estão mobilizadas cerca de mil pessoas.
Os testes não serão obrigatórios, mas os elementos que os fizerem podem fazê-lo gratuitamente, no dia 23 de janeiro, de manhã, na véspera das eleições.
O rastreio é promovido pelo município em “ativa cooperação e estreita articulação” com a Cruz Vermelha Portuguesa, cujas equipas de testagem já estão constituídas, destacou o presidente da Câmara de Coimbra, que também é presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP).
Os testes serão realizados pela Cruz Vermelha Portuguesa, no Pavilhão Municipal Mário Mexia, na cidade de Coimbra.
Também a Marinha Grande anunciou que está a realizar, esta sexta-feira, testes a quem vai estar nas mesas de voto do concelho, no domingo, um universo de cerca de 200 pessoas.
A presidente da autarquia afirmou à Lusa que a medida se deve aos "cuidados que a pandemia agora obriga e ao aumento de casos”, e vai permitir identificar alguém infetado que possa estar assintomático, evitando pôr “em risco outras pessoas”.
O objetivo é também dar “tranquilidade" às pessoas que vão votar, "sabendo que todos os membros da mesa não estão contaminados”, disse Cidália Ferreira.
Segundo a RTP, também em Esposende, e com o mesmo carácter voluntário, a Câmara Municipal garantiu a possibilidade de os 180 elementos das 36 mesas de voto do concelho fazerem testes.
Ordem dos médicos e partidos defendem testes rápidos
Esta quarta-feira, o CDS-PP desafiou o Governo a garantir a realização de um teste rápido a cada elemento das mesas de voto de modo a assegurar que as eleições presidenciais decorram “como máximo de segurança”.
“Seria de elementar bom senso que o MAI [Ministério da Administração Interna] assegurasse um teste rápido a cada membro das mesas de voto por forma a garantir que o ato eleitoral decorre com o máximo de segurança e com todos os padrões de saúde pública”, afirmou em comunicado, o vice-presidente do partido, Filipe Lobo D'Ávila.
Também o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, defendeu que os 140 mil cidadãos que vão estar nas mesas de voto nas eleições presidenciais, no domingo, deviam fazer testes rápidos à covid-19 para garantir uma proteção adicional.
“Em termos de eleições presidenciais vamos ter uma situação complexa porque se cada candidato a presidente tiver o seu representante, e tem direito a isso, no dia de eleições quer dizer que vamos ter quase 140 mil cidadãos nas mesas, para além das pessoas que vão votar um milhão, dois milhões”, disse Miguel Guimarães no parlamento.
O bastonário considera que essa seria uma forma de "garantir que as pessoas não estejam infetadas e possa haver uma proteção adicional para quem vai trabalhar o dia inteiro”.
Desistências não põem em risco ato eleitoral
A pandemia levou a algumas desistências nos contactos para a formação das mesas de voto, que por norma funcionam, cada uma, com cinco pessoas, indicadas pelos partidos.
Jorge Veloso, da Associação Nacional de Freguesias (Anafre) disse à Lusa ter registado “algumas desistências”, mas nada que ponha em causa a formação das mesas, afirmando desconhecer casos mais complicados noutras zonas do país.
Uma das dificuldades prende-se com o receio da pandemia de covid-19 e o período de funcionamento das mesas, pelo potencial risco de exposição durante horas - das 07h até cerca das 20h ou 21h, quando é encerrado o processo de contagem de votos.
Esse fator levou à desistência de pessoas que já tinham sido indicadas, sobretudo por pertencerem a grupos de risco de covid-19 ou mais de 65 anos.
Outro fator a complicar o processo resulta de os partidos não terem participado formalmente na indicação de membros da mesa, pelo que a opção passou por indicar à câmara municipal, através de juntas de freguesia, os mesmos nomes que estiveram nas mesas das eleições legislativas de 2019.
A lei eleitoral estipula que as mesas têm de ter cinco pessoas, mas podem funcionar com um mínimo de três.
com Lusa
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