Portugal vai a votos no dia 30 de janeiro
Portugal vai a votos no dia 30 de janeiro
Marcelo Rebelo de Sousa acabou esta noite com o mistério em torna da data das eleições legislativas antecipadas. "Uma semana e um dia depois da rejeição do Orçamento para 2022 encontro-me em condições de vos comunicar que decidi dissolver a Assembleia da República e convocar eleições para o dia 30 de janeiro de 2022", afirmou o Presidente da República.
Marcelo vincou que o cenário em torno do Orçamento de Estado de 2022 "não foi uma rejeição pontual, de circunstância. Foi de fundo, por divergências maiores, de substância" e disse ainda que as divergências entre os partidos "tornaram-se inultrapassáveis". Divergências estas que "pesaram mais do que o percurso feito até aqui e pesaram mais do que o período vivido" o que é "incompreensível para o cidadão comum".
"Dispensávamos uma eleição mas este é o caminho", garantiu, mas "faz parte da democracia devolver a palavra ao povo. É o caminho que temos pela frente", afirmou.
Depois de muita especulação sobre qual seria a data apontada por Marcelo, este justificou a sua decisão com a época festiva que se aproxima. "Sabemos todos que campanha eleitoral, bem como debates audiovisuais que a devem anteceder, realizados no Natal, o primeiro Natal depois daquele que em boa verdade não tivemos, ou pelo Ano Novo, são a todo o título indesejáveis", afirmou, temendo que estas levassem a uma maior e " indesejável" abstenção.
Antes de o ser já o era
O Orçamento do Estado para 2022 foi chumbado logo na votação na generalidade, em 27 de outubro, com votos contra de PSD, BE, PCP, CDS-PP, PEV, Chega e Iniciativa Liberal. Teve votos a favor apenas da bancada do PS e abstenções do PAN e das deputadas não inscritas Joacine Katar Moreira e Cristina Rodrigues.
O chefe de Estado avisou para um cenário de dissolução duas semanas antes, em 13 de outubro, depois de PCP e BE acenarem com o voto contra, afirmando que um chumbo da proposta do Governo minoritário do PS "muito provavelmente" conduziria a eleições legislativas antecipadas, que estimou que se realizariam em janeiro.
Nos dias que se seguiram, Marcelo Rebelo de Sousa repetiu o aviso e deixou claro que, a confirmar-se o chumbo do Orçamento, avançaria de imediato com o processo de dissolução, embora reiterando ao mesmo tempo a esperança num entendimento "até ao último segundo" antes da votação.
Com Lusa
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