Mau tempo: Onda gigante arrastou carros e pessoas no Porto (vídeo)
Mau tempo: Onda gigante arrastou carros e pessoas no Porto (vídeo)
O Centro Social e Paroquial da Foz, onde funcionam um centro de dia para idosos e uma creche, teve de fechar mais cedo na segunda-feira por prevenção, a pedido da Protecção Civil, dado situar-se razoavelmente perto do local onde o incidente ocorreu.
Manuel Sampaio Pimentel adiantou que esta terça-feira deverá ser revisto o dispositivo de segurança dissuasor das pessoas que têm procurado a costa para ver as vagas provocadas pelo mau tempo.
O presidente da União de Freguesia de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde, Nuno Ortigão, adiantou à Lusa que o bar Shis, situado na praia do Ourigo e que já tinha sido afectado pelo mau tempo no sábado, sofreu danos muito significativos.
As ondas e a subida da maré do rio Douro, na tarde de segunda-feira, no Porto, puseram também em perigo várias pessoas, incluindo turistas que se encontravam no topo de um autocarro panorâmico de visita à cidade, que foi prontamente rebocado.
Segundo o comandante da capitania do Douro, Raul Risso, apesar da "situação de alerta vermelho", esta terá sido "uma situação atípica, que não se pode considerar de onda gigante", ainda que este tipo de situações seja "sempre um processo dinâmico", pelo que a marinha está já a tomar medidas para que não se repita de imediato.
"Tendo em conta as condições meteorológicas, é natural que este tipo de ondas possa galgar a nossa costa", referiu Raul Risso, advertindo que "pode voltar a acontecer", até porque "a praia mar é por volta das sete da tarde".
A entrada do mar pela estrada adentro também arrastou e danificou dezenas de carros, para além de causar escoriações e hipotermia em várias pessoas. Todas receberam cuidados por parte do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).
O comandante da capitania do Douro alertou ainda para o mau tempo que deverá continuar, chamando a atenção para "as zonas que tenham habitações junto à costa, que normalmente estão mais expostas".
Uma das pessoas surpreendidas pelas ondas, Mário Vieira, de 60 anos, disse à Lusa que não teve qualquer tempo para ver o que fosse, porque foi "de imediato envolvido pela onda", enquanto se encontrava dentro da viatura de um amigo, que prontamente pôs o carro em marcha atrás.
"O carro desligou-se imediatamente, porque é um carro electrónico, ficámos imobilizados, vimos pessoas a ser arrastadas e atiradas pela água e vimos uma 'molhada' de carros a bater uns contra os outros junto ao Castelo [do Queijo], tipo efeito dominó", disse Mário Vieira.
Tudo terá acontecido "num espaço de dez, quinze segundos, não mais do que isso", disse o homem, que é natural de Alfena.
Dezenas de carros foram arrastados e danificados pelo mar, o que obrigou as autoridades a efectuar alargamentos sucessivos do perímetro de segurança devido à intensidade das ondas, que continuavam a galgar os muros da marginal portuense.
Pelas 17h, essa zona de segurança chegava já perto da praça de táxis do jardim do Passeio Alegre.
Os feridos, dois homens, de 63 e 73 anos, e de duas mulheres, de 64 e 65 anos, foram transportados ao Hospital de Santo António, indicou fonte do INEM. O caso de hipotermia não precisou de ser hospitalizado.