Greve. Emigrantes portugueses indignados por não conseguirem voltar a casa
Greve. Emigrantes portugueses indignados por não conseguirem voltar a casa
O início de sexta-feira foi desafiante para dezenas de emigrantes que se preparavam para regressar ao trabalho depois do período de férias em Portugal e se viram impedidos de embarcar nos voos previstos devido à greve da Portway, empresa de assistência em terra, que deverá prolongar-se até domingo.
Sérgio Mendes, cujo destino era Paris, só soube do cancelamento do voo após chegar ao aeroporto, já que não havia informações sobre isso na aplicação da companhia Transavia. "É inadmissível", criticou, em declarações à Lusa.
À semelhança de outros passageiros, foi-lhe dito que deveria entrar em contacto com a companhia, mas não obteve resposta. "Eu recomeço o trabalho em setembro, mas a minha mulher tem uma consulta muito importante amanhã, que não pode perder", lamentou.
Passageiros procuram alternativas
Rui Brito deveria regressar esta sexta-feira a Lyon e mostrou-se igualmente frustrado com a situação. Tentou comprar outro bilhete, mas "está tudo cheio e só em setembro conseguiria". Então, resolveu pedir o reembolso, uma vez que tem de encontrar outra alternativa. "Os meus filhos têm escola e eu trabalho", justificou.
Ricardo Ferreira e a família chegaram ao aeroporto às 5h e viram o seu voo para Genebra ser sucessivamente adiado para as 8h30, 10h30, 12h e para as 13h55. "Vamos ver o que acontece, mas temo que também seja cancelado", afirmou à Lusa.
Prevê-se um regresso atribulado para tantos outros emigrantes que, no fim de semana, planeiam viajar de volta para os seus países de acolhimento. Só esta sexta-feira, foram cancelados 83 voos nos aeroportos de Porto e Lisboa, segundo contabilizou a Lusa a partir da informação que consta do site da ANA - Aeroportos de Portugal.
Esta greve foi decretada pelo SINTAC – Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação nos aeroportos de Lisboa, Porto, Faro e Funchal. Os trabalhadores opõem-se à política de “confronto e desvalorização dos trabalhadores por via de consecutivos incumprimentos do Acordo de Empresa, confrontação disciplinar, ausência de atualizações salariais, deturpação das avaliações de desempenho que evitam as progressões salariais e má-fé nas negociações”.
*Com Lusa
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