Covid-19. Portugal vai vacinar cerca de um milhão a partir de janeiro
Covid-19. Portugal vai vacinar cerca de um milhão a partir de janeiro
Portugal vai vacinar 950 mil pessoas contra a covid-19, a partir de janeiro de 2021. Esta será a primeira fase deste programa de vacinação, para o qual o país vai adquirir 22 milhões de doses, e irá centrar-se, no início, nos chamados grupos prioritários.
Os grupos prioritários são os que já tinham sido divulgados anteriormente: pessoas com mais de 50 anos, e patologias associadas - como doenças cardíacas, coronárias, insuficiência renal ou doenças respiratórias - , utentes e trabalhadores de lares, profissionais de saúde e forças armadas e forças de segurança.
O objetivo imediato é aliviar a pressão sobre os hospitais e os casos mais graves da doença, privilegiando-se os profissionais dos chamados trabalhos essenciais e os mais vulneráveis.
Portugal contratou, através do mecanismo europeu, a aquisição de 22 milhões de doses a seis farmacêuticas fornecedoras de vacinas contra a covid-19.
Quem vai ser vacinado e quando
Segundo Francisco Ramos, coordenador do programa de vacinação para a covid-19, em Portugal, que foi apresentado esta quinta-feira, publicamente, de entre os 950 mil cidadãos a serem vacinados na primeira fase, o grupo dos que têm mais de 50 anos e doenças associadas é o mais representativo, abarcando 400 mil pessoas.
Seguem-se os profissionais de saúde e forças armadas e de segurança (300 mil) e os dos lares (250 mil).
São estes os que serão vacinados numa primeira fase, que se estima concluída até abril.
A segunda fase vai abarcar o dobro das pessoas e alargar as faixas etárias consideradas prioritárias.
Pessoas com mais de 65 anos passam a ser prioritárias na segunda fase
Numa segunda fase, passam a ser prioritárias para a vacinação as pessoas com mais de 65 anos e sem patologias associadas.
Mantém-se também como prioritário o grupo de pessoas com mais de 50 anos, alargando-se o leque de comorbidades associadas. Além das doenças cardíacas, coronárias, insuficiência renal ou doenças respiratórias, também patologias como a diabetes passam a ser consideradas para a vacinação a partir daquela idade.
Nesta fase, os autoridades de saúde preveem vacinar cerca de dois milhões de pessoas (1,8 milhões de cidadãos).
Num estádio posterior, será vacinado o resto da população.
Quando e onde vai ocorrer a vacinação
A vacinação dos portugueses contra a covid-19 vai organizar-se por fases e deverá começar a partir de janeiro, não havendo ainda um dia definido para arrancar a campanha.
"Em janeiro começará a vacinação dos portugueses", afirmou Francisco Ramos. Num cenário mais otimista, explicou, a primeira fase ocorrerá "entre janeiro e fevereiro", num cenário intermédio poderá desenrolar-se entre "janeiro e março" e, no pior dos cenários, "de janeiro a abril".
A segunda fase deverá começar após o fim do primeiro trimestre e chegar a "bastantes mais pessoas", prevendo-se que a vacina seja ministrada a cerca de dois milhões de pessoas, nessa altura.
A distribuição das doses será feita através da cadeia do Serviço Nacional de Saúde (SNS), numa primeira fase, podendo, numa segunda, ser eventualmente "expansível", admitiu a ministra da Saúde, Marta Temido, na mesma apresentação.
A vacina, como já tinha sido anunciado de manhã, pela responsável, pretende-se que tenha um caráter universal, sendo "grátis" mas "facultativa".
Segundo adiantou o coordenador do programa, a sua distribuição será feita através dos 1200 pontos do SNS que já existem em todo o país, no âmbito do Plano Nacional de Vacinação.
No caso dos lares, unidades de cuidados continuados, forças armadas e forças de segurança, as pessoas serão vacinadas nos respetivos locais de trabalho e residência.
A distribuição das vacinas, pelo país, terá o apoio das forças armadas.
Portugal dependente da Europa
Apesar das autoridades portuguesas já terem definido o seu plano, o primeiro-ministro, António Costa, avisou, na mesma apresentação, que a dependência de Portugal da Europa, face à aquisição das vacinas, poderá criar constrangimentos e imprevistos, levando a um atraso no processo.
O plano de vacinação português está dependente da "produção industrial", no exterior, e das aprovações da Autoridade Europeia do Medicamento (EMA). Se a primeira vacina não for aprovada a 29 de dezembro, em janeiro não haverá nenhuma vacina em Portugal, alertou.
Se tudo correr como o planeado, janeiro vai ser apenas o início de uma operação de vacinação que se vai desenvolver ao longo do ano e passará por vários desafios.
"Há agora uma luz ao fundo do túnel, mas o túnel é ainda muito comprido e bastante penoso. Portugal irá adquirir 22 milhões de vacinas, mas essa quantidade de vacinas não chega automaticamente no primeiro dia. Vão chegando escalonadamente e gradualmente ao longo de todo o ano de 2021", declarou no final da apresentação do plano de vacinação.
O primeiro-ministro admite que a primeira fase será "mais fácil", por haver menos doses e pessoas para vacinar, tornando-se o processo mais complexo à medida que os grupos alvo forem sendo alargados.
"É um esforço imenso que vai ser feito, mas não é menor do que o que os portugueses têm feito ao longo destes meses", sublinhou António Costa.
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