Venezuela. Aliados de Guaidó prometem boicotar eleições legislativas
Venezuela. Aliados de Guaidó prometem boicotar eleições legislativas
Depois de se terem recusado a ir a votos nas presidenciais de 2018 que elegeram Nicolás Maduro com 67% dos votos, 27 partidos da oposição à Revolução Bolivariana decidiram repetir o método, negando-se a participar nas legislativas marcadas para 6 de dezembro. Além do boicote anunciado, os partidos, maioritariamente à direita, pedem ainda à comunidade internacional que não reconheça os resultados eleitorais.
Num comunicado conjunto, as 27 organizações partidárias encabeçadas pelos partidos próximos de Juan Guaidó, Acción Democrática, Primero Justicia, Voluntad Popular e Un Nuevo Tiempo consideram o processo democrático "fraudulento" e recusam "colaborar com a estratégia" de Maduro.
"Não somos abstencionistas porque não há abstenção quando o que se convoca não é uma eleição", vincam. "Havendo esgotado todos os nosso esforços, nacional e internacionalmente, para que tenhamos um processo eleitoral competitivo que garanta respeito à vontade soberana do povo, as organizações políticas democráticas da Venezuela expressam ao povo e à comunidade internacional que, por unanimidade, decidimos não participar na fraude eleitoral convocada por Nicolás Maduro".
Há mais partidos na disputa
O partido de Nicolás Maduro, PSUV, não vai no entanto concorrer às legislativas sem qualquer oposição.
Além dos partidos que aceitaram sentar-se na chamada Mesa Nacional de Diálogo, na sequência da eleição do novo líder da Assembleia Nacional, Luis Parra, o Avanza Caracas de Henri Falcón já está a alinhar a estratégia eleitoral.
Também os católicos do Esperanza por el Cambio acredita que há margem para eleger deputados nos primeiros dias de dezembro.
"Os jovens da Venezuela merecem um país cheio de oportunidades", tem insistido o líder, Javier Bertucci.
Dança de cadeiras
Antes de serem oficializada, as intenção de boicotar as eleições de dezembro já tinha sido avançada pelo núcleo duro do autoproclamado presidente da Assembleia Nacional e da Venezuela, Juan Guaidó. Com o objetivo de descredibilizar e deslegitimar as eleições, estes partidos da oposição arriscam no entanto perder definitivamente o controlo do Parlamento venezuelano já que, atualmente, em 167 lugares, ocupam 109.
Esta não é a primeira vez que vários partidos da oposição se recusam a participar em eleições. Já nas presidenciais de 2018, Nicolás Maduro concorreu, de resto, contra o dissidente chavista Henri Falcón e o independente Javier Bertucci.
Na altura, países como os Estados Unidos e Austrália nem sequer reconheceram as eleições. O mesmo aconteceu na União Europeia, Grupo de Lima e até no gabinete do Alto Comissariado das ONU para os direitos humanos.
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