UE quer Rússia a pagar em dinheiro e na justiça pelos "crimes horríveis"
UE quer Rússia a pagar em dinheiro e na justiça pelos "crimes horríveis"
Os “crimes horríveis da Rússia” não vão “ficar por punir”, disse na manhã desta quarta-feira Ursula von der Leyen, numa curta declaração. A presidente da Comissão Europeia anunciou que, continuando a sustentar o Tribunal Penal Internacional, a UE vai propor aos seus parceiros internacionais a criação de um tribunal especializado, apoiado pela Organização das Nações Unidas, “para investigar e julgar o crime de agressão da Rússia . “Estamos prontos para começar a trabalhar com a comunidade internacional para encontrar o apoio mais abrangente possível para este tribunal especializado”, disse.
Além de pagar na justiça pelos massacres contra civis, von der Leyen sustentou ainda que deverá ser o país agressor a pagar pela devastação material causada. As estimativas em dinheiro dos danos patrimoniais causados ao país pelo bombardeamento é atualmente, segundo disse von der Leyen, de 600 mil milhões de euros. E “a Rússia e os seus oligarcas devem compensar a Ucrânia pelos danos e cobrir os custos de reconstruir o país”.
Rússia a assumir compensação total pelos estragos patrimoniais
Os meios para fazer a Rússia pagar são além dos 300 mil milhões de euros bloqueados do banco central russo, os 19 mil milhões de dinheiro congelado na União Europeia a oligarcas russos, neste momento sancionados. No curto prazo, Ursula von der Leyen propôs “criar uma estrutura para gerir estes fundos e investi-los e iriamos então usar posteriormente os rendimentos para reconstruir a Ucrânia”.
“E assim que as sanções estiverem levantadas, os fundos serão usados para que a Rússia assuma compensação total pelos danos causados à Ucrânia”. Von der Leyen salientou que a União Europeia não estará sozinha nesta iniciativa: “Vamos trabalhar num acordo internacional com os nossos parceiros para tornar isto possível. E juntos podemos encontrar formas legais de chegar a isso”.
A ideia inicial é que seria a União Europeia a encontrar no seu orçamento forma de assistir (juntamente com dadores internacionais) na reconstrução do país neste momento candidato a juntar-se ao grupo dos 27. Mas com a guerra a entrar no seu décimo mês, a ideia é que a fatura dos crimes, moralmente e materialmente, seja paga – o mais possível – pela própria Federação Russa e os associados a Vladimir Putin.
O Contacto tem uma nova aplicação móvel de notícias. Descarregue aqui para Android e iOS. Siga-nos no Facebook, Twitter e receba as nossas newsletters diárias.
