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UE aprova plano de emergência para gerir crises de migrações
Mundo 2 min. 26.11.2022
Ocean Viking

UE aprova plano de emergência para gerir crises de migrações

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UE aprova plano de emergência para gerir crises de migrações

Foto de arquivo: AFP
Mundo 2 min. 26.11.2022
Ocean Viking

UE aprova plano de emergência para gerir crises de migrações

Maria MONTEIRO
Maria MONTEIRO
Entre outras medidas, o documento propõe o reforço da cooperação entre os 27 e países como Tunísia, Líbia e Egito.

Os ministros do Interior da União Europeia (UE) aprovaram um plano de emergência com 20 medidas cujo objetivo é evitar "que se repitam" situações como a do desembarque do navio humanitário Ocean Viking, que há duas semanas esteve no centro de uma tensão entre França e Itália, após várias semanas retido ao largo da costa italiana com 234 migrantes a bordo.


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Segundo a AFP, o documento aprovado pelos governantes propõe o reforço da cooperação entre os 27 e países como Tunísia, Líbia e Egito, no sentido de evitar a saída de migrantes desses destinos e aumentar o número de regressos. Além disso, estipula uma melhor coordenação e troca de informações entre os Estados e as Organizações Não Governamentais (ONG) que resgatam migrantes.

 A UE pretende, também, "promover discussões no seio da Organização Marítima Internacional (OMI) sobre diretrizes para os navios que efetuam operações de resgato em alto-mar". 

França pede a Itália que respeite a "lei do mar"

Paralelamente, "os países do sul do Mediterrâneo devem abrir os seus portos aos navios humanitários que passam pelas suas águas territoriais", reiterou o Ministro do Interior francês.

Gérald Darmanin já tinha manifestado o descontentamento de Paris face à recusa de Itália em autorizar o desembarque do Ocean Viking, que segundo a lei marítima deveria ter luz verde para atracar no porto mais próximo.

A reunião dos ministros, que teve lugar na sexta-feira, foi pedida por França, que a 11 de novembro aceitou "excecionalmente" o desembarque do navio humanitário, que atracou no porto de Toulon, no sul do país.

À chegada, Gérald Darmanin disse, mesmo, que não receberia mais requerentes de asilo que cheguem a Itália enquanto Roma não respeitar a "lei do mar". Em causa está o mecanismo temporário de solidariedade europeia, acordado em junho por iniciativa de França, que determina que os requerentes de asilo que cheguem aos Estados mediterrânicos podem ser deslocalizados para França e Alemanha, no sentido de aliviar o fluxo de migrantes que chega aos primeiros.


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Um acordo importante, não uma solução definitiva

"Precisamos de sair desta situação em que são sempre os mesmos países a receber navios e pessoas de outros Estados-membros. França retomará as deslocalizações quando isso acontecer", escreveu o Darmanin, no Twitter.

A Vice-Presidente da Comissão Europeia, Margaritis Schinas, referiu que a "crise do Ocean Viking foi [encarada com] um pouco de improvisação", mas sublinhou que agora "há vinte ações específicas, um acordo político importante" para enfrentar as próximas crises ligadas às migrações. 

"Mas esta não é a solução final", advertiu, apelando aos 27 para que impulsionem as negociações relativas à reforma da política de migração e asilo da UE, que têm estado paradas há mais de dois anos.

(Com AFP)

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