Três pessoas morrem em derrocada numa mina espanhola
Três pessoas morrem em derrocada numa mina espanhola
Os três mineiros que estavam presos numa mina em Suria, na Catalunha, a 900 metros abaixo do solo, depois de um túnel ter colapsado, esta quinta-feira, morreram no acidente, anunciou o presidente do governo daquela comunidade autónoma espanhola.
"Infelizmente podemos confirmar a morte de três pessoas que estavam a trabalhar na mina", disse Pere Aragonès à imprensa no local. O político acrescentou que as vítimas eram "três homens de cerca de 30 anos de idade", cujos corpos já foram "recuperados e identificados".
Uma das vítimas estava a estagiar na mina há alguns dias, outra trabalhava para a empresa há quase seis meses e a terceira há pouco mais de três anos, disse à imprensa Patricio Chacana, conselheiro geral da ICL Iberia, a empresa que explora a mina.
Antes do anúncio oficial das mortes, as autoridades regionais tinham dito que "temiam o pior" para estes três "empregados" da mina, nas palavras de Joan Ignasi Elena, chefe da pasta do Interior do governo regional.
A comunicação das autoridades locais sobre o desfecho do acidente foi, contudo, marcada por um erro, com Pere Aragonès a anunciar no Twitter, pela manhã, "a morte dos três mineiros", tendo apagado o seu tweet alguns minutos mais tarde.
De acordo com os bombeiros, as três vítimas ficaram "presas a uma profundidade de cerca de 900 metros". O acidente ocorreu pouco antes das 9h locais, disse a polícia regional, que destacou unidades especializadas para ajudar nas operações de busca, incluindo uma unidade canina.
Inspeção recente
Um empregado da mina, Carlos Arnaldo, disse à imprensa que as três vítimas estavam a realizar "uma tarefa que têm de fazer todos os dias". Ele sublinhou, antes das suas mortes serem confirmadas, que era "difícil" imaginar que conseguissem sobreviver à derrocada. "Por vezes a mina não avisa. O teto desaba e não há nada que se possa fazer", lamentou.
Usando a expressão "notícias terríveis", a ministra do Trabalho Yolanda Díaz expressou a sua "solidariedade para com as famílias e colegas dos trabalhadores que foram vítimas de um colapso na mina de Suria".
Roger Torrent, chefe do departamento comercial do governo regional catalão, disse que a última inspeção à mina pelas autoridades tinha sido realizada "há três semanas" e que "nenhuma irregularidade" tinha sido detetada.
Pere Aragonès avançou que tinha sido aberta uma investigação judicial
Duas mortes em 2013
A mina de potássio pertence à ICL Iberia, a filial espanhola do grupo israelita ICL.
Segundo a informação no seu website, a empresa, com sede em Suria, uma cidade a cerca de 80 km a noroeste de Barcelona, diz empregar 1.100 pessoas e é "a única empresa que produz sais de potássio em Espanha".
A empresa possui duas minas na zona, que tem "uma das mais importantes reservas de potássio da Europa Ocidental".
Este não é, no entanto, o primeiro acidente fatal. Em dezembro de 2013, dois mineiros morreram num acidente na mesma mina de Suria3, quando uma galeria desabou.
O acidente mais grave nos últimos anos em minas espanholas aconteceu em outubro de 2013, quando o grisu provocou uma explosão a mina de carvão Santa Lucía, na província noroeste de León, matando seis pessoas e ferindo outras cinco. O julgamento dos gestores da empresa começou recentemente.
Vários anos antes, em agosto de 1995, 14 pessoas morreram na sequência de outra explosão do género numa mina na região norte das Astúrias.
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