"Tentaram enterrar-me vivo", mas "estou aqui para governar o país"
"Tentaram enterrar-me vivo", mas "estou aqui para governar o país"
O Presidente eleito do Brasil, Lula da Silva, afirmou domingo à noite que o povo brasileiro é "o grande vencedor" das eleições e declarou-se pronto para governar o país "numa situação muito difícil", após terem tentado enterrá-lo "vivo".
"Hoje chegamos ao final de uma das eleições mais importantes. Hoje tem um único e grande vencedor, o povo brasileiro", declarou Luiz Inácio Lula da Silva, na sua sede de candidatura, em São Paulo.
Nas suas primeiras palavras após a confirmação da sua eleição como Presidente da República do Brasil, Lula da Silva afirmou-se como "um cidadão que teve um processo de ressurreição na política brasileira".
"Tentaram enterrar-me vivo e eu estou aqui", disse, perante apoiantes.
"Estou aqui para governar este país, numa situação muito difícil, mas eu tenho fé em Deus e com a ajuda do povo, vamos encontrar uma saída, para que este país possa voltar a viver democraticamente, harmonicamente, e que a gente possa voltar a restabelecer a paz entre as famílias para que a gente possa construir o mundo que nós precisamos e o Brasil", salientou.
Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito Presidente do Brasil, com 50,9%, derrotando Jair Bolsonaro, que obteve 49,1%, depois de contados todos os votos, de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O candidato do Partido dos Trabalhadores (esquerda), de 77 anos, obteve mais de 60,3 milhões de votos (50,9% do total), com uma vantagem superior a 2,1 milhões face a Bolsonaro (extrema-direita), que conseguiu 58,2 milhões (49,1%), nas presidenciais de domingo, indicou o portal do TSE.
Lula da Silva, que já cumpriu dois mandatos entre 2003 e 2011, regressa agora ao Palácio do Planalto.
O presidente do TSE já tinha felicitado, no domingo, o "Presidente eleito" Lula da Silva pela vitória, numa altura em que estavam contadas 99,93% das secções de voto.
E acrescentou que, a Lula, também estendeu felicitações como "Presidente eleito" e, embora não tenha revelado o teor da conversa com Bolsonaro, disse estar convencido de que o líder da extrema-direita aceitará o resultado, apesar de muitas vezes ter insinuado que poderia não o fazer em caso de derrota.
"Não creio que tenha havido qualquer problema", mas "se houver alguma disputa, desde que dentro do jogo eleitoral, ela será tratada como convém a um Estado de Direito", disse.
O atual Presidente e candidato derrotado ainda não comentou os resultados. Contudo, Moraes insistiu que não espera quaisquer problemas por parte de Bolsonaro: "O resultado foi proclamado, será aceite" e "não prevemos qualquer risco real de contestação", sublinhou.
Ainda assim reiterou repetidamente que o processo foi "limpo, seguro e transparente".
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