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Sismo. Mais de 1.500 mortos na Turquia e na Síria e um segundo terramoto
Mundo 4 min. 06.02.2023
Catástrofe

Sismo. Mais de 1.500 mortos na Turquia e na Síria e um segundo terramoto

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Sismo. Mais de 1.500 mortos na Turquia e na Síria e um segundo terramoto

Foto: AFP
Mundo 4 min. 06.02.2023
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Sismo. Mais de 1.500 mortos na Turquia e na Síria e um segundo terramoto

Redação
Redação
Depois do sismo que ocorreu esta madrugada em território turco, perto da fronteira entre os dois países, esta manhã um outro abalo de 7.5 atingiu a Turquia.

Mais de 1.500 pessoas morreram no sul da Turquia e na vizinha Síria na sequência de um sismo de magnitude 7.8, ocorrido esta madrugada, com epicentro em território turco. Horas mais tarde, a meio desta manhã, a Turquia voltou a ser atingida por um segundo sismo de magnitude 7.5, que foi registado em locais tão longínquos como a Gronelândia, refere a AFP.

O primeiro tremor de terra, de 7.8, foi registado às 04h17 locais, a 33 quilómetros da capital da província de Gaziantep, no sudeste da Turquia, com a origem a uma profundidade de 17,9 quilómetros.  

Seguiram-se dezenas de réplicas, antes de ocorrer um segundo terramoto de magnitude 7.5, às 10h24 locais, também no sudeste da Turquia, a 4km da cidade de Ekinozu. 

O balanço do número de mortos está a ser atualizado quase de hora a hora, à medida que vão chegando novas informações das autoridades turcas e sírias. É expectável que o número de vítimas aumente à medida que vão sendo retiradas pessoas presas debaixo dos escombro dos vários edifícios que ruíram na sequência do sismo.


Edifício que colapsou na sequência do terramoto na cidade de Jandaris, na zona rural de Afrin, no noroeste da Síria, esta segunda-feira
Fotos. Terramoto deixou rasto de destruição na Turquia e na Síria
O sismo tirou a vida a pelo menos 1.500 pessoas e fez milhares de feridos e desaparecidos.

A par disso, a forte queda de neve e as temperaturas baixas previstas para a noite e para amanhã tornarão ainda mais difícil o trabalho das equipas de busca e salvamento. 

No norte da Síria, pelo menos 592 pessoas morreram e mais de mil ficaram feridas, de acordo com os números provisórios divulgados pelos meios de comunicação social estatais e pelos trabalhadores de salvamento em áreas rebeldes. Na Turquia, há 912 vítimas mortais já confirmadas e mais de 5.385 feridas em sete províncias diferentes, segundo dados divulgados pelo presidente turco Recep Tayyip Erdogan, que reportou ainda o desmoronamento de 2.818 edifícios. 

Busca por familiares debaixo dos escombros

À reportagem da AFP na Turquia, Muhittin Orakci  contou que procurava por familiares debaixo dos escombros de um edifício. "A minha irmã e os seus três filhos estão debaixo dos escombros. Também o seu marido, sogro e sogra. Sete membros da nossa família estão debaixo dos escombros", explicou enquanto esperava pelas operações de salvamento no exterior de que restava de um edifício em Diyarbakir, a grande cidade de maioria curda no sudeste turco.

É provável que o número de mortes aumente rapidamente dado o número de edifícios desmoronados nas cidades afetadas, incluindo Adana, Gaziantep, Sanliurfa e Diyarbakir. 

Hospitais em colapso e mau tempo dificultam salvamentos

Em Iskenderun e Adiyaman, os hospitais públicos entraram em colapso devido ao efeito do terramoto, que ocorreu a uma profundidade de cerca de 17,9 quilómetros. 

O mau tempo está a paralisar os principais aeroportos em torno de Diyarbakir e Malatya, onde continua a nevar muito, deixando os sobreviventes, sem vestuários adequado ao frio. A maioria das pessoas estava a dormir quando se deu o terramoto. 

"Ouvimos vozes aqui e ali. Pensamos que talvez 200 pessoas estejam debaixo dos escombros", disse um trabalhador de resgate enviado para um edifício destruído em Diyarbakir, de acordo com imagens transmitidas no canal de notícias turco NTV. Face a esta desolação, os sobreviventes mobilizam-se e tentam limpar as ruínas com as suas próprias mãos, utilizando baldes para evacuar os destroços. 


União Europeia envia equipas de resgate para a Turquia
Na Síria, outro dos países fortemente atingido, a ONU anunciou estar a trabalhar para coordenar a assistência em todas as áreas nas províncias afetadas pelo sismo.

Mais a sul, também segundo a NTV, a cidadela bizantina de Gaziantep, construída no século VI, ficou parcialmente destruída. 

Cidades arrasadas no sul do Turquia

Na Turquia, os piores danos foram registados perto do epicentro do terramoto desta madrugada, entre Kahramanmaras e Gaziantep, onde blocos inteiros de apartamentos desmoronaram. "Não é possível dizer quantas pessoas estão mortas e feridas neste momento, porque há muitos edifícios destruídos", afirmou o governador de Kahramanmaras, Omer Faruk Cosku. 

Uma mesquita do século XIII ficou parcialmente destruída na província de Maltaya, onde um edifício de 13 andares com 28 apartamentos colapsou. Os gasodutos que abastecem a região também foram afetados e as províncias de Hatay, Kahramanmaras e Gaziantep estão sem gás. 

Este terramoto é o maior na Turquia desde o sismo de 17 de agosto de 1999, que causou a morte de 17.000 pessoas, incluindo mil em Istambul.    

Na Síria, o sismo provocou o pânico enquanto as pessoas saíam a pé ou de carro, apesar da chuva torrencial.


Quase dois mil edifícios desabaram em consequência do grave sismo desta madrugada na Turquia e Síria.
Vídeo. Sismo faz desabar um prédio em segundos na Turquia
Vídeo mostra como um edifício de vários andares colapsa, de repente, na cidade de Sanliurfa, já horas depois do sismo de 7,8 ter atingido a Turquia e Síria, fazendo mais de 600 mortos.

Neste país, 371 pessoas morreram e 1.089 ficaram feridas em áreas controladas pelo governo, de acordo com os números do Ministério da Saúde comunicados pela agência noticiosa oficial de Sana. Os Capacetes Brancos, trabalhadores de resgate em áreas rebeldes, relataram 221 mortos e 419 feridos, ressalvando que este era um balanço era provisório. 

Os sismos registados na Turquia foram também sentidos no Líbano e Chipre, segundo os correspondentes locais da AFP, bem como no Curdistão iraquiano no norte do país, em Erbil e Douk, mas não foram relatadas quaisquer vítimas nestas regiões.

De acordo com o Instituto Geológico Dinamarquês, os tremores de terra foram sentidos a uma distância tão grande como a Gronelândia. A Turquia está situada numa das zonas sísmicas mais ativas do mundo. No final de Novembro, um sismo de magnitude 6.1 atingiu o noroeste da Turquia, deixando cerca de 50 pessoas feridas e danos limitados, de acordo com os serviços de emergência turcos.

(Com AFP)

   

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