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Rússia quer renovar acordo dos cereais "por apenas 60 dias"
Mundo 2 min. 13.03.2023
Guerra na Ucrânia

Rússia quer renovar acordo dos cereais "por apenas 60 dias"

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Rússia quer renovar acordo dos cereais "por apenas 60 dias"

Foto de arquivo: Jalaa Marey/AFP
Mundo 2 min. 13.03.2023
Guerra na Ucrânia

Rússia quer renovar acordo dos cereais "por apenas 60 dias"

AFP
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Até agora, o acordo que tem permitido escoar os cereais ucranianos era restabelecido por 120 dias.

A Rússia disse, esta segunda-feira, ser a favor da renovação de um acordo sobre as exportações de cereais ucranianos, que expira a 18 de março, mas por 60 dias e não 120 como tem sido o caso até agora.

O anúncio foi feito pelo vice-ministro russo dos Negócios Estrangeiro, Sergei Verchinin, após conversações em Genebra, Suíça, com o chefe dos assuntos humanitários da ONU, Martin Griffiths, e a Secretária-Geral da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), Rebeca Grynspan.


Acordos permitem escoar 10 milhões de toneladas de cereais ucranianos
António Guterres disse, esta quinta-feira, estar "determinado" a alcançar a renovação do compromisso que envolve a Rússia e a Ucrânia.

"O lado russo (...) não se opõe a uma nova prorrogação da Iniciativa do Mar Negro após o termo do seu segundo mandato a 18 de março, mas apenas por 60 dias", disse Verchinin numa declaração escrita enviada aos meios de comunicação após a reunião.

"A nossa posição futura será determinada por progressos tangíveis na normalização das nossas exportações agrícolas, não em palavras, mas em atos. Isto inclui pagamentos bancários, logística de transporte, seguros, o 'descongelamento' de atividades financeiras e o fornecimento de amoníaco através do oleoduto 'Togliatti-Odessa'", indicou.

Mais de 24 milhões de toneladas de cereais exportados

O vice-ministro russo dos Negócios Estrangeiros salientou que a discussão "franca e aprofundada" com altos representantes da ONU "confirmou mais uma vez que, embora as exportações comerciais de produtos ucranianos estejam a avançar a um ritmo constante e a trazer benefícios consideráveis a Kiev, as restrições aos exportadores agrícolas russos ainda estão em vigor".

Na semana passada, o chefe da diplomacia russa, Sergei Lavrov, descreveu como "complicadas" as negociações para estender o acordo, que permitiu que as exportações de cereais ucranianos fossem retomadas apesar da invasão do país.


Ucrânia quer evitar grande fome como a de 1930
A ideia é que mais navios saiam por ocasião do aniversário do Holodomor (a grande fome dos anos 1930 na Ucrânia soviética), no final do mês.

O chamado Acordo do Mar Negro, assinado em julho de 2022 por 120 dias entre a ONU, a Ucrânia, Rússia e Turquia, ajudou a conter a grave crise alimentar mundial causada pela invasão russa da Ucrânia a 24 de fevereiro. Foi renovado em novembro por 120 dias e, até agora, permitiu a exportação de mais de 24 milhões de toneladas de cereais dos portos ucranianos, de acordo com a ONU.

A China é o maior destinatário das exportações ao abrigo do acordo, seguida de Espanha e da Turquia.

Moscovo queixa-se de bloqueio de fertilizantes

A Ucrânia apelou na semana passada aos esforços internacionais para manter abertas as rotas marítimas do Mar Negro utilizadas para transportar os seus cereais, e o Secretário de Estado norte-americano Antony Blinken apelou à renovação do acordo por parte da Rússia no G20, no início de março.

Mas a Rússia, por seu turno, não está satisfeita com um outro acordo bilateral com a ONU sobre a exportação de fertilizantes russos, também assinado em julho de 2022, mas com uma vigência de três anos. 


Acordo para exportação de cereais ucranianos prolongado por 120 dias
A informação foi dada esta quinta-feira pelo ministro das Infraestruturas da Ucrânia.

Moscovo queixa-se de que as suas exportações de fertilizantes, um bem essencial para a agricultura mundial, estão bloqueadas na prática, embora não sejam abrangidas pelas sanções impostas pelos países ocidentais desde o início da guerra.

"As isenções de sanções para alimentos e fertilizantes anunciadas por Washington, Bruxelas e Londres estão essencialmente inativas", disse Verchinin.

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