Rússia afirma que Ucrânia bombardeou Kharkiv
Rússia afirma que Ucrânia bombardeou Kharkiv
A agência estatal russa RIA Novosti disse que forças ucranianas, situadas a noroeste da segunda maior cidade da Ucrânia, bombardearam Kharkiv, cidade controlada pelos russos. O portal noticioso ucraniano Ukrayinska Pravda disse que os ataques provocaram um incêndio, interrompendo a transmissão de canais de televisão russos.
Os canais russos, que começaram a ser retransmitidos a partir de Kharkiv na semana passada, voltaram ao ar após algum tempo, referiu a RIA Novosti. Porque as notícias não escolhem hora. A Rússia tem tentado reforçar o controlo sobre a cidade, embora os moradores continuem a sair às ruas para protestar contra a ocupação.
O exército ucraniano reconheceu na quarta-feira o avanço das forças russas no leste da Ucrânia, após a tomada de várias localidades nas regiões de Kharkiv e do Donbass.
As forças russas progridem à frente da linha de Izioum, que já se encontra sob controlo dos soldados de Moscovo, em direção a Lyman e encontram-se nas proximidades de Severodonestk, uma das cidades mais importantes da região. Estes pontos, no leste da Ucrânia, encontram-se perto das localidades de Velyka Komychouvakha e Zavody, em Kharkiv.
Rússia garante que destruiu armamento entregue a Kiev
A Rússia disse na quarta-feira ter destruído "uma grande quantidade de armamento" fornecido por países ocidentais à Ucrânia, uma afirmação desmentida pelas autoridades ucranianas.
O Ministério da Defesa russo afirmou que "camiões com uma grande quantidade de armas e munições estrangeiras, entregues às forças ucranianas pelos Estados Unidos e países europeus, foram destruídos com mísseis Kalibr disparados do mar contra uma fábrica de alumínio em Zaporijia".
O governador da região do sul da Ucrânia, Oleksandr Starukh, garantiu, no entanto, que "nenhum depósito de munições e armas foi atingido em Zaporijia", sublinhando que a fábrica afetada "não funciona há seis anos".
Na semana passada, o Presidente norte-americano, Joe Biden, tinha anunciado um novo pacote de 800 milhões de dólares em ajuda militar à Ucrânia e outros 500 milhões de dólares em assistência financeira.
O pacote militar inclui 72 obuses Howitzer de 155 milímetros e 144.000 peças de artilharia, 72 veículos táticos para transportar esses canhões, 121 'drones' Phoenix e outros equipamentos. Este material acresce aos 18 Howitzers que Washington também já tinha autorizado, num outro pacote, há duas semanas.
Os Estados Unidos começaram a enviar este tipo de canhões para a Ucrânia desde o início da nova etapa da ofensiva russa, centrada no leste ucraniano, na região do Donbass, onde o terreno é mais plano que em outras partes do país. Desde a chegada de Joe Biden ao poder, em janeiro de 2021, os EUA já destinaram mais de 4.000 milhões de dólares em assistência de segurança para a Ucrânia, sendo que 3.400 milhões de dólares foram atribuídos desde o começo da invasão russa.
Vêm aí "semanas extremamente difíceis"
O ministro da Defesa da Ucrânia disse esta quinta-feira que aguarda "semanas extremamente difíceis", depois de o exército russo ter "já reunidas forças para uma grande ofensiva no leste" do país, a prioridade de Moscovo.
"Esperam-nos semanas extremamente difíceis", preveniu o ministro da Defesa ucraniano, Oleksii Reznikov, através de um comunicado no Facebook, apelando à "resiliência e unidade" dos ucranianos após mais de dois meses de conflito com a Rússia. "Infelizmente, ainda vamos perder soldados antes de vencer", acrescentou, ao considerar que "haverá mais destruição e mais feridos".
Segundo referiu, o exército russo "já consciente da sua derrota, vai tentar infligir os maiores sofrimentos possíveis" aos soldados ucranianos, a quem exortou para "aguentarem o golpe".
Pouco antes, o exército ucraniano tinha reconhecido um avanço das forças russas no leste do país, com o controlo de diversas localidades na região de Kharkiv e no Donbass.
Em 18 de abril, o Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky anunciou o início da ofensiva russa no leste do país, onde uma parte permanece sob controlo dos separatistas russófonos desde 2014, e que agora constitui o objetivo prioritário de Moscovo.
"A concretização dos acordos [com países estrangeiros], a formação e a deslocação da logística levam um certo tempo", lamentou Reznikov, apesar de se congratular pelo "aumento da ajuda [militar] à Ucrânia".
Japão protesta contra expulsão de diplomatas japoneses da Rússia
O governo do Japão apresentou hoje um protesto formal pela expulsão de oito diplomatas japoneses da Rússia, como retaliação pela expulsão, há três semanas, de oito diplomatas russos do Japão, devido à invasão da Ucrânia.
"Não podemos aceitar de forma alguma a decisão anunciada pela Rússia", disse o porta-voz do Executivo japonês, Hirokazu Matsuno. Numa conferência de imprensa, Matusono defendeu que Moscovo tem "total responsabilidade" pela deterioração das relações bilaterais.
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