Putin e Trump estão reunidos em Helsínquia
Putin e Trump estão reunidos em Helsínquia
Vladimir Putin e Donald Trump reúnem-se hoje em Helsínquia num contexto em que o presidente norte-americano vem de criar novas divisões face aos seus aliados tradicionais. O levantamento das sanções contra a Rússia não deverá acontecer, até porque seria necessária a aprovação do Congresso, nem o reconhecimento da Crimeia como parte da Rússia. Mas temas como a Síria e a presença iraniana, o controlo do armamento, o conflito armado na parte oriental da Ucrânia, desencadeado após a invasão russa em 2014 ou a reabertura de representações diplomáticas e o regresso de alguns dos representantes expulsos vão estar em discussão.
Outro assunto que poderá ser debatido é o caso das acusações contra 12 elementos dos serviços secretos e militares russos que foram anunciadas na sexta-feira em Washington, ainda no contexto das alegadas interferências russas nas eleições presidenciais norte-americanas de 2016. E, enquanto alguns exigiam o cancelamento da cimeira, Trump voltou a criticar o processo de investigação à Rússia, considerando-o "uma caça às bruxas que só prejudica a relação com os russos".
De tal forma está criado um clima de antagonismo com os tradicionais aliados dos EUA que, citada pelo diário New York Times, a presidente da Associação para a Cooperação Euro-Atlântica, Tatyana Parkhalina, referiu: "Estamos a ver algo que é surpreendente e que nem a União Soviética conseguiu - a divisão entre os Estados Unidos e a Europa Ocidental. Na altura, isso não se concretizou, mas parece estar a dar resultados com Trump".
Ainda assim, do lado russo houve respostas à retórica anti-Putin antes da chegada dos dois protagonistas à Finlândia, onde milhares de pessoas protestaram contra as políticas da Administração Trump. Se John Kennedy (senador eleito pelo estado do Louisiana que trocou o Partido Democrata pelo Republicano em 2007 e não é da família Kennedy mais famosa) salientou que "não se pode confiar em Putin" e negociar com as autoridades russas "é o mesmo que lidar com a Máfia", o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, deixou clara a posição russa. "Temos uma noção perfeita de como o sistema norte-americano está refém de estereótipos e sob a mais intensa pressão local contra a Rússia".
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