Putin diz a Macron que ocidente deve deixar de fornecer armas à Ucrânia
Putin diz a Macron que ocidente deve deixar de fornecer armas à Ucrânia
O presidente russo Vladimir Putin disse, esta terça-feira, que o Ocidente deveria deixar de fornecer armas à Ucrânia, numa conversa telefónica de duas horas iniciada pelo seu homólogo francês Emmanuel Macron.
"O ocidente poderia ajudar a pôr fim a estas atrocidades exercendo uma influência adequada sobre as autoridades de Kiev, bem como pondo termo ao fornecimento de armas à Ucrânia", disse o presidente russo numa declaração do Kremlin, citada pela AFP.
Vladimir Putin acusou as forças ucranianas de cometerem crimes de guerra e de a União Europeia os "ignorar".
O presidente russo acrescentou que apesar da "inconsistência e falta de disponibilidade para um trabalho sério, o lado russo continua aberto ao diálogo" para encontrar uma saída para o conflito.
Segundo o Kremlin, Putin respondeu às preocupações francesas sobre a segurança alimentar mundial dizendo que "a situação nesta área é complicada principalmente devido às sanções ocidentais" contra a Rússia.
Papa quer encontrar-se com Putin
O Papa Francisco continua a pressionar para uma reunião em Moscovo com Putin, mas ainda não recebeu uma resposta do Kremlin, disse o chefe da Igreja Católica numa entrevista ao jornal italiano Corriere della Sera, citada pela agência Bloomberg.
"Estamos a insistir, mas receio que Putin não possa e não queira ter esta reunião neste momento", afirmou, acrescentando que não está atualmente a planear visitar Kiev.
Zelensky condiciona neutralidade da Ucrânia à libertação de todo o território
Na segunda-feira, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que a condição para a neutralidade da Ucrânia, exigida pela Rússia, como uma das condições para retirar as suas tropas, passa pela libertação de todo o território, incluindo o Donbass e a península da Crimeia, anexada por Moscovo em 2014.
“Os russos insistem na neutralidade e, para nós, o mais importante é a libertação do Donbass e de todos os territórios temporariamente ocupados, bem como da península da Crimeia, que também está ocupada”, referiu Zelensky, em entrevista ao canal de televisão saudita Al Arabiya.
Volodymyr Zelensky acusou novamente Moscovo, que exige que a Ucrânia se comprometa a não aderir à NATO e a permanecer neutra, de tentar dividir o seu país através de um referendo nos territórios ocupados, tal como ocorreu na Crimeia, em 2014, quando esta península foi anexada pelos russos.
Além da libertação de toda a Ucrânia, o chefe de Estado ucraniano insistiu que, para aceitar a neutralidade exigida por Moscovo, Kiev, pretende ter "garantias de segurança para não sejam objeto de ataques semelhantes no futuro, e outras armas, no caso de enfrentar uma guerra como a atual”.
Zelensky frisou que qualquer decisão a este respeito será submetida a "um referendo onde participará todo o povo".
Sobre as negociações com Moscovo, o Presidente ucraniano referiu que "os negociadores russos não têm capacidade para tomarem decisões" e que "a última palavra será sempre do (Presidente russo, Vladimir) Putin", voltando a insistir na necessidade de um diálogo entre os dois presidentes.
PGR ucraniana diz ter identificado “primeiro suspeito” do masscre de Bucha
A procuradora-geral da Ucrânia, Iryna Venediktova, anunciou na segunda-feira que a polícia conseguiu identificar o “primeiro suspeito” relacionado ao massacre de civis no subúrbio de Bucha, na região administrativa de Kiev.
Iryna Venediktova disse tratar-se de Sergéi Kolotsei, comandante da Guarda Nacional Russa (Rosgvardyia), segundo uma mensagem publicada no Twitter.
“A polícia estabeleceu que em 18 março ele matou quatro homens desarmados e depois torturou um civil e o submeteu a uma execução simulada”, disse a procuradora.
O suspeito foi capturado através de câmaras de segurança, enquanto enviava produtos roubados para a cidade russa de Ulyanovsk, no oeste do país, acrescentou.
Um total de 1.202 corpos de civis foram recuperados até o momento em cidades da região norte de Kiev que estavam sob ocupação russa até o final de março, disse o chefe da polícia da capital ucraniana, Andriy Nebitov, neste fim de semana.
Índia pressionada para influenciar Rússia
Esta terça-feira, a primeira-ministra dinamarquesa Mette Frederiksen disse esperar que a Índia influencie a Rússia a pôr fim à invasão da Ucrânia.
A chefe do Governo da Dinamarca falava num evento conjunto com o seu homólogo indiano, Narendra Modi, que está de visita à Europa. A Índia tem mantido uma política de neutralidade face à invasão russa.
A Dinamarca "condena fortemente a Rússia" e Putin "tem de parar a guerra", disse Frederiksen em Copenhaga, enquanto Modi apelou a um "cessar-fogo imediato na Ucrânia e à diplomacia para resolver o conflito".
Reino Unido vai fornecer armas à Ucrânia até ao cumprimento dos objetivos
O Reino Unido vai enviar mísseis antiaéreos Brimstone e sistemas antiaéreos Stormer para a Ucrânia nas próximas semanas, disse o primeiro-ministro Boris Johnson num discurso no parlamento em Kiev.
Na mensagem, o político britânico reiterou o pacote de 300 milhões de libras (376 milhões de dólares) de apoio do Reino Unido ao Governo ucraniano, incluindo radares, aeronaves de elevação pesada e milhares de dispositivos de visão noturna.
"Continuaremos a fornecer à Ucrânia, juntamente com os seus outros amigos, armas, financiamento e ajuda humanitária, até termos atingido o nosso objetivo a longo prazo, que deve ser o de fortalecer a Ucrânia de modo a que ninguém se atreva a voltar a atacar-vos", disse Johnson.
Alemanha apoia adesão sueca e finlandesa à NATO, Croácia dividida
O chanceler alemão Olaf Scholz prometeu o seu apoio a uma potencial proposta da Suécia e da Finlândia para aderir à NATO.
"Para nós é claro", disse Scholz aos jornalistas numa conferência conjunta com a primeira-ministra sueca Magdalena Andersson e a homóloga finlandesa Sanna Marin. "Se estes dois países decidirem que querem pertencer à NATO, então podem contar com o nosso apoio", explicitou.
Já a Croácia mostra-se dividida. O presidente croata Zoran Milanovic afirmou ontem que a Croácia não deveria aprovar a adesão da Finlândia e da Suécia à NATO antes de o Ocidente apoiar a adesão da Bósnia-Herzegovina, arriscando-se a ser vista como "traidora" pelo país vizinho.
Em contrapartida, o primeiro-ministro Andrej Plenkovic, e principal rival político de Milonovic, disse que os comentários colocaram o presidente no seio do Kremlin.
Eslováquia vai pedir exceção ao embargo ao petróleo russo
A Eslováquia vai insistir em ficar isenta de acompanhar um possível embargo da União Europeia às importações petrolíferas russas, uma vez que isso representaria um fardo demasiado pesado para a economia da nação da Europa Oriental, refere a Bloomberg.
Países como a Hungria, que dependem profundamente da energia russa, podem obter alguma flexibilidade adicional como parte de um compromisso para abandonar a sua oposição a novas sanções, de acordo com uma fonte familiarizada com a questão.
Já o Governo de Budapeste fez saber que não vai apoiar a aplicação de quaisquer sanções que impossibilitem o envio de petróleo e gás russo para o seu país, segundo afirmou, esta terça-feira, o ministro húngaro dos Negócios Estrangeiros, Peter Szijjarto, citado pela Reuters.
Moscovo prepara resposta às sanções
Esta terça-feira, a UE deverá revelar o seu sexto pacote de sanções contra a Rússia e Joseph Borrell, o Alto Representante da Política Externa Europeia já adiantou que mais bancos russos vão deixar o sistema Swift.
Como resposta, Moscovo anunciou que prepara uma resposta às sanções ocidentais.
Segundo a agência russa Tass, Putin assinou um decreto que proíbe o cumprimento das obrigações e a conclusão de acordos com indivíduos e entidades jurídicas estrangeiras ao abrigo das medidas restritivas retaliatórias, e onde se inclui a exportação de matérias-primas e produtos da Rússia.
Além disso, refere o mesmo órgão, o governo russo foi instruído a aprovar, em dez dias, uma lista de indivíduos sancionados pelo Kremlin e a determinar critérios adicionais para acordos e obrigações a serem definidos como proibidos em conformidade com o referido decreto presidencial.
(Com agências)
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