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Pelo menos 33 mortos em explosão em mesquita no Paquistão
Mundo 4 4 min. 30.01.2023
Ataque

Pelo menos 33 mortos em explosão em mesquita no Paquistão

Explosão em mesquita de Peshawar, Paquistão.
Ataque

Pelo menos 33 mortos em explosão em mesquita no Paquistão

Explosão em mesquita de Peshawar, Paquistão.
Foto: AFP
Mundo 4 4 min. 30.01.2023
Ataque

Pelo menos 33 mortos em explosão em mesquita no Paquistão

AFP
AFP
A explosão, que se presume ter sido um atentado, ocorreu numa mesquita associada à sede da esquadra da polícia de Peshawar, a 50 quilómetros da fronteira com o Afeganistão.

Pelo menos 33 pessoas foram mortas e cerca de 150 ficaram feridas, na sua maioria agentes da polícia, na sequência do rebentamento de um engenho explosivo, esta segunda-feira, numa mesquita dentro da sede da polícia em Peshawar, no noroeste do Paquistão. 

A explosão ocorreu no momento da oração, num local altamente sensível da cidade, que fica a cerca de 50 quilómetros da fronteira com o Afeganistão, o que levou o governo a colocar o país inteiro em alerta máximo. 

Foi lançada de imediato uma operação de salvamento para remover as pessoas presas nos escombros, com o telhado e uma das paredes do edifício a desmoronarem devido à explosão. 

 "Muitos polícias estão estão presos debaixo dos escombros", disse o chefe da polícia de Peshawar, Muhammad Ijaz Khan, à AFP, acrescentando que, por norma, a mesquita alberga entre 300 a 400 pessoas no momento da oração.


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 Os representantes do Hospital de Lady Reading, em Peshawar, afirmaram à AFP ter recebido os corpos de 33 pessoas mortas na explosão. Ghulam Ali, o governador da província de Khyber Pakhtunkhwa, da qual Peshawar é a capital, acrescentou que cerca de 150 pessoas ficaram feridas, a maioria das quais agentes da polícia. 

Um repórter da AFP viu pessoas feridas e ensanguentadas a sair do edifício e os corpos das vítimas mortais a serem levados pelas ambulâncias. 

A sede da polícia em Peshawar é uma das áreas mais fortemente vigiadas da cidade. Acolhe também os escritórios de várias agências de inteligência. De acordo com a polícia, a explosão ocorreu na segunda fila de crentes que estavam presentes para a oração. 

Equipas de peritos que trabalham com engenhos explosivos estiveram no local para investigar a possibilidade da explosão ter sido causada por um bombista suicida. 

País em alerta máximo

A capital, Islamabad, e o resto do Paquistão, incluindo a fronteira com o Afeganistão, foram colocados em alerta de segurança máximo. 

Em Islamabad, foram destacados atiradores furtivos para alguns edifícios e nos pontos de entrada da cidade. "Os terroristas querem criar o pânico, visando aqueles que estão a cumprir o seu dever de defender o Paquistão", afirmou o primeiro-ministro Shehbaz Sharif numa declaração. 

"Aqueles que lutam contra o Paquistão serão eliminados da face da terra", garantiu. 

Shahid Ali, um polícia de 47 anos que sobreviveu à explosão, disse à AFP que a explosão aconteceu segundos depois de o imã ter começado a rezar. "Vi o fumo negro a subir. Corri para fora da mesquita para me salvar", contou, revelando o trauma da experiência. "Os gritos das pessoas ainda ecoam na minha cabeça. Gritavam por ajuda". 

Esta explosão aconetece no mesmo dia em que o presidente dos Emiratos Árabes Unidos, Mohamed bin Zayed Al Nahyan, deveria ter feito uma visita oficial a Islamabad. A visita foi cancelada em cima da hora, esta segunda-feira, oficialmente, devido ao mau tempo. 

O Paquistão tinha também agendada para esta terça-feira a visita de uma delegação do Fundo Monetário Internacional (FMI), numa tentativa de negociar a libertação de ajuda financeira vital para a sua economia em crise. 

Explosão acontece quase um ano depois de outro atentado suicida

Em março de 2022, um atentado suicida reivindicado pelo EI-K, o ramo regional do grupo jihadista Estado Islâmico (EI), numa mesquita xiita em Peshawar, matou 64 pessoas. É considerado o ataque mais mortífero no Paquistão desde 2018. 

Segundo a polícia, o bombista suicida de 2022, era um cidadão afegão que vivia no Paquistão com a sua família há vários anos e que tinha preparado o ataque no Afeganistão. 

Peshawar foi atingida por ataques quase diários durante a primeira metade da década de 2010, mas a segurança da cidade melhorou significativamente durante os últimos anos. Contudo, nos últimos meses, a cidade tem assistido a ataques dirigidos, principalmente, às forças de segurança. 

Esta deterioração da segurança no Paquistão tem-se verificado, particularmente, desde que os taliban voltaram o poder no Afeganistão, em agosto de 2021. Os ataques têm sido levados a cabo pelos taliban paquistaneses do Tehreek-e-Taliban Paquistão (TTP)  pelos grupos EI-K e Baloch. 

O Paquistão culpa o governo taliban por permitir a estes grupos utilizar o território afegão para planear os seus ataques contra o país, o que Cabul tem negado repetidamente. 

 O TTP, um movimento separado da nova liderança afegã mas com raízes comuns, reivindicou a responsabilidade por vários ataques nos últimos meses. Uma das maiores atrocidades que cometeram, que deixou uma marca duradoura na população paquistanesa, foi o massacre de cerca de 150 pessoas, na sua maioria crianças em idade escolar, em Peshawar, em dezembro de 2014. 

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