ONU denuncia sentenças "cada vez mais duras" para manifestantes no Irão
ONU denuncia sentenças "cada vez mais duras" para manifestantes no Irão
As Nações Unidas exigiram nesta terça-feira, 15, a libertação imediata de milhares de pessoas detidas por terem participado nos protestos que acontecem há dois meses, numa altura em que a resposta do regime se torna cada vez mais severa.
O Gabinete do Alto Comissário para os Direitos Humanos (ACDH) afirmou que "as autoridades estão a responder a estes protestos sem precedentes com uma dureza crescente", disse o seu porta-voz, Jeremy Laurence, num briefing da ONU, em Genebra, Suíça.
No domingo, um tribunal islâmico em Teerão condenou à morte um manifestante considerado culpado de "guerra contra Deus e corrupção na terra por alegadamente danificar bens públicos", disse o ACDH, recordando que a pena de morte deveria ser reservada "para crimes de extrema gravidade envolvendo a vontade de matar".
Segundo Laurence, "pelo menos nove outros manifestantes foram acusados de crimes que são todos puníveis com a morte".
Para além disso, pelo menos 326 manifestantes foram mortos na repressão do movimento que abala o país desde setembro, garante a Iran Human Rights, organização com base em Oslo.
As organizações de direitos humanos no estrangeiro relatam 15.000 detenções, um número contestado pelas autoridades. "Apelamos às autoridades para que libertem imediatamente os detidos em ligação com os protestos pacíficos e retirem todas as acusações contra eles", exortou o porta-voz do ACDH.
O Irão tem sido palco de protestos desde a morte, a 16 de setembro, de Mahsa Amini, jovem curda iraniana de 22 anos, que foi presa pela polícia moral por violar o rigoroso código de vestuário da República Islâmica.
O protesto, que começou como uma rejeição das restrições ao vestuário das mulheres e uma indignação pela morte de Mahsa, evoluiu para um movimento contra a teocracia que tem governado o Irão desde a revolução islâmica de 1979.
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