Nicolás Maduro pede ajuda ao papa para mediação da crise na Venezuela
Nicolás Maduro pede ajuda ao papa para mediação da crise na Venezuela
"Enviei uma carta ao papa Francisco", disse Maduro durante uma entrevista ao canal de televisão italiano SkyTG24, em Caracas. "Eu disse-lhe que estou a serviço da causa de Cristo (…) e, nesse espírito, pedi a sua ajuda no processo de facilitação e de reforço do diálogo".
"Os Governos do México e do Uruguai, todos os Governos caribenhos, no seio da Caricom (Comunidade do Caribe), e a Bolívia pediram uma conferência para o diálogo no dia 07 de fevereiro (...). Eu pedi ao papa para fazer os seus maiores esforços, para nos ajudar no caminho do diálogo. Espero receber uma resposta positiva", disse Maduro.
A União Europeia (UE) e o Uruguai anunciaram, no domingo, a primeira reunião do grupo de contacto, para o dia 7 de fevereiro, em Montevidéu, com o objetivo de promover a organização de novas eleições na Venezuela. A UE e oito dos seus Estados-Membros (Alemanha, Espanha, França, Itália, Portugal, Países Baixos, Reino Unido e Suécia) estão entre eles, bem como os latino-americanos Bolívia, Costa Rica, Equador e Uruguai.
O papa esta hoje numa reunião internacional inter-religiosa nos Emirados Árabes Unidos e deve voltar a Roma na noite desta terça-feira. Enquanto isso, vários países europeus - incluindo Luxemburgo, Portugal Alemanha, Espanha, França, Reino Unido, Dinamarca, Estónia, Letónia, Lituânia, Polónia, Finlandia e Suécia - também reconheceram Juan Guaidó, o opositor e líder da Assembleia Nacional, como Presidente interino da Venezuela.
Maduro instou à Europa a "não ser arrastada pelas loucuras de Donald Trump", referindo-se ao Presidente dos Estados Unidos, que também reconheceu Guaidó e deixou a porta aberta para ação militar na Venezuela. "Eu digo ao mundo: precisamos de solidariedade, consciência para não ceder à loucura da guerra e transformar a Venezuela em um novo Vietname", disse Maduro.
Por outro lado, na Itália, a crise venezuelana está a causar fortes tensões. Oficialmente, Roma tem uma posição de ‘esperar para ver’, lembrando que nunca reconheceu a eleição de Maduro e pediu uma nova eleição presidencial.
A crise política na Venezuela, onde residem cerca de 300 mil portugueses ou lusodescendentes, soma-se a uma grave crise económica e social que levou 2,3 milhões de pessoas a fugirem do país desde 2015, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU).
Lusa
