Milhares em Londres contra o assassinato de George Floyd pela polícia
Milhares em Londres contra o assassinato de George Floyd pela polícia
O assassinato de George Floyd está a provocar manifestações também fora dos Estados Unidos. Embora longe dos motins e dos protestos em massa que decorrem naquele país, diferentes cidades noutras partes do mundo, de Amesterdão a Toronto, passando por Sydney, Paris ou Berlim, têm sido palco de protestos nos últimos dias, que em alguns casos estão ligadas a casos locais de discriminação ou de mortes envolvendo a polícia.
Milhares de pessoas protestaram esta tarde em Londres contra o assassinato de George Floyd às mãos da polícia norte-americana há nove dias. O protesto surge quando até as chefias policiais britânicas dizem estar ao lado de todos aqueles que estão "horrorizados" com a morte do afro-americano.
Numa declaração conjunta, afirmaram que o direito ao protesto legal é uma "parte fundamental de qualquer democracia" mas sublinharam que as restrições aos ajuntamentos com mais de seis pessoas se mantém devido ao novo coronavírus.
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, afirmou na quarta-feira que a morte de Floyd tinha sido "terrível" e "indesculpável", mas foi criticado por não ter comentado o assassinato até então. Em resposta, o líder do Partido Nacionalista Escocês (SNP) em Westminster, Ian Blackford, afirmou que o Governo britânico "se fechou na esperança de que ninguém reparasse". Entretanto, o líder trabalhista, Keir Starmer, apelou ao primeiro-ministro para transmitir ao presidente norte-americano, Donald Trump, a "repulsa do Reino Unido pela sua resposta aos acontecimentos".
Pelo menos 29 pessoas que se manifestavam esta quarta-feira em Istambul, na Turquia, contra a violência policial e em apoio aos protestos nos Estados Unidos sobre o caso George Floyd, foram detidas, informou hoje a agência estatal da Turquia.
Segundo a agência Anadolu, a polícia interrompeu uma manifestação que decorria no distrito de Kadikoy, em Istambul, na terça-feira, depois de o grupo de cerca de 50 ativistas ter ignorado os pedidos de dispersão.
Alguns dos manifestantes contra a violência policial foram vistos a empunhar um cartaz de George Floyd, um afro-americano que morreu quando um polícia branco de Minneapolis (nos Estados Unidos) pressionou o joelho contra o seu pescoço enquanto Floyd estava algemado no chão e gritava que não conseguia respirar.
As autoridades turcas proíbem frequentemente manifestações ou reuniões públicas por motivos de segurança e os grupos de direitos humanos acusam muitas vezes a polícia de usar força desproporcional para interromper protestos na rua.
Na segunda-feira, outro protesto teve lugar em Amesterdão. Cerca de 10 mil pessoas reuniram-se na Praça Dam no centro da cidade e gritaram "I can’t breathe", as últimas palavras de George Floyd. "Vidas negras importam", o nome do movimento norte-americano que ganhou destaque depois da morte de dois afro-americanos em Ferguson, em 2014, e "sem justiça, não há paz" foram outras palavras de ordem entoadas pelos manifestantes.
Com Lusa
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