"Mais armas, menos aplausos". UE defende envio de mais material de guerra para a Ucrânia
"Mais armas, menos aplausos". UE defende envio de mais material de guerra para a Ucrânia
O alto representante da União Europeia para a Política Externa e Segurança, Josep Borrell, insistiu esta quinta-feira que a Ucrânia precisa de "mais armas, menos aplausos e de mais armas", defendendo igualmente mais sanções contra a Rússia incluindo ao petróleo.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky "tem muitos apoios mas do que realmente necessita é de mais armas, menos aplausos e de mais armas. As palavras são boas mas o importante são as questões práticas, mais recursos, e de mais capacidade militar para resistir à agressão russa", disse Borrell antes do início da reunião interministerial da NATO, hoje em Bruxelas.
Os representantes da União Europeia e dos Países Ásia Pacífico participam no encontro da Aliança Atlântica como entidades convidadas demonstrando, segundo Borrell, operacionalidade e coordenação face à agressão da Rússia na Ucrânia.
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, já tinha dito que iria pedir o envio de mais armamento, nas reuniões marcadas para hoje com aliados da NATO em Bruxelas.
"A minha agenda é muito simples, há apenas três pontos: armas, armas e armas", disse o diplomata ucraniano, esta manhã, ao chegar à sede da NATO. “Quanto mais rápido forem entregues, mais vidas serão salvas e mais destruição evitada”, acrescentou.
O secretário-geral da NATO admitiu na quarta-feira que a Ucrânia precisa urgentemente de mais apoio militar e disse esperar que os Aliados, reunidos em Bruxelas ao nível de chefes da diplomacia, concordem em fornecer “muitos tipos diferentes de equipamento”.
“A Ucrânia tem uma necessidade urgente de apoio militar, e essa é a razão pela qual é tão importante que os Aliados concordem em apoiar ainda mais a Ucrânia com muitos tipos diferentes de equipamento, tanto equipamento mais pesado, como também sistemas de armas ligeiros”, disse Jens Stoltenberg.
Sanções contra as exportações de petróleo russo em cima da mesa
Na "ação coordenada" contra a Rússia, o representante da diplomacia do bloco europeu sublinhou ser importante incrementar as sanções contra o regime do presidente russo Vladimir Putin sendo que devem também afetar as exportações de petróleo da Rússia.
Em concreto, as sanções sobre o petróleo russo não constam do quinto pacote de restrições que deve ser analisado hoje pela União Europeia.
Sobre o último pacote de sanções, que inclui a proibição sobre a compra de carvão russo, entre outras restrições, Borrell disse que a União Europeia traçou "intenções progressivas" e que agora estão a ser "aceleradas".
"Não queríamos fazer tudo ao mesmo tempo, mas sim tomar medidas tendo em conta a situação no terreno", acrescentou Borrell frisando que o Conselho dos Ministros dos Negócios Estrangeiros da próxima segunda-feira no Luxemburgo vai discutir possíveis sanções adicionais contra a Rússia.
O chefe da diplomacia europeia defende igualmente o "isolamento" da Rússia junto da "comunidade internacional" e em instituições internacionais.
Neste sentido destacou como "muito importante" a eventual expulsão da Rússia do Conselho de Direitos Humanos da ONU cuja votação está prevista para hoje.
"Vai ser uma votação difícil porque requer dois terços dos votos mas penso que seria bom" que se concretizasse, disse Borrell, "numa altura em que todo o mundo conhece as atrocidades que se descobriram em Bucha e em outros locais nos arredores de Kiev".
Borrell e Von der Leyen visitam Kiev esta sexta-feira
Josep Borrell e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, deslocam-se a Kiev amanhã, sexta-feira, onde se vão encontrar com o presidente Volodymyr Zelensky.
O objetivo do encontro entre Ursula von der Leyen e Josep Borrell com Zelensky é a discussão do quinto pacote de sanções contra a Rússia que está a ser preparado pelo bloco europeu e que ,de acordo com a proposta da Comissão Europeia, inclui um embargo às importações do carvão russo.
A primeira visita de Ursula von der Leyen à Ucrânia desde a invasão da Rússia, iniciada em 27 de fevereiro, ocorre poucos dias depois da revelação de imagens de civis mortos em Bucha, na região de Kiev. Moscovo rejeitou qualquer responsabilidade e disse tratar-se de uma encenação.
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