Kremlin assume "envolvimento direto" do Ocidente no conflito
Kremlin assume "envolvimento direto" do Ocidente no conflito
Depois da sequência de anúncios de envio de tanques por parte das grandes potências que apoiam Kiev, Moscovo considera que o Ocidente se está a tornar cada vez mais parte na guerra. "As capitais europeias e Washington dão constantemente declarações de que o envio de vários tipos de armas, incluindo tanques, de forma alguma significa o seu envolvimento nas hostilidades. Discordamos veementemente. Em Moscovo, isso é percebido como envolvimento direto no conflito. Vemos que está a aumentar", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, na quinta-feira.
No entanto, a Rússia não vai "declarar guerra", disse Peskov, continuando a chamar à invasão da Ucrânia uma "operação militar especial", estatuto que não vai mudar.
Estas declarações surgem na sequência do anúncio do governo alemão, em acordo com outros aliados ocidentais, sobre a transferência dos tanques Leopard 2 para a Ucrânia. O chanceler Olaf Scholz afirmou que "não, de forma alguma", o envio de tanques Leopard-2 faria com que a Alemanha entrasse na guerra.
Quem já se comprometeu?
Desde o início do ano que a discussão sobre o envio de tanques tem vindo a tomar conta da narrativa sobre a guerra. O primeiro a chegar-se à frente foi o Reino Unido, que prometeu no início de janeiro, enviar 14 tanques Challenger. Depois da confirmação da Alemanha acerca do envio de 14 dos seus Leopard 2, Joe Biden declarou que os EUA vão enviar para a Ucrânia 31 tanques Abrams. Com o aval alemão, a Polónia também vai fornecer carros blindados a Kiev.
Espanha, Finlândia e os Países Baixos vão também enviar parte dos seus tanques Leopard 2A6.
Quanto a Portugal, a ministra da Defesa, Helena Carreiras, disse na quarta-feira estão ainda a avaliar a disponibilidade e os impactos que a cedência dos Leopard 2 teria nas capacidades do Exército português
Ataque de mísseis a Kiev
A Ucrânia foi atacada por mísseis russos na manhã desta quinta-feira, disse o porta-voz da Força Aérea ucraniana aos jornalistas. "Seis (mísseis) Tu-95 foram disparados da região (russa) de Murmansk. Esperamos um total de trinta", disse Iouri Ignat numa altura em que soam os alertas contra perigo de bombardeamentos.
Entretanto, alguns órgãos de comunicação social já registaram explosões em várias regiões do país onde foram ativadas as defesas antiaéreas.
Com agências*
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