Israel usa vacina como moeda de troca para favores políticos
Israel usa vacina como moeda de troca para favores políticos
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmou que Israel vai enviar vacinas a um lote de países que, de acordo com meios de comunicação locais, inclui as Honduras, Guatemala, Hungria e República Checa.
"Durante o último mês, acumulou-se uma quantidade limitada de vacinas não utilizadas, pelo que decidimos ajudar as equipas médicas da Autoridade Nacional Palestiniana (ANP) e vários outros países que contactaram Israel, com uma quantidade simbólica de vacina", afirmou Netanyahu numa declaração.
Até agora ainda não foram divulgados quaisquer detalhes sobre a quantidade de vacinas destinadas à Palestina ou se irão exceder as 3 mil que Israel ainda tem de enviar às autoridades palestinianas com base num acordo assinado no mês passado.
Mas Israel usa as vacinas também como parte da sua política estratégica de conquistar apoios a nível mundial. Os quatro países mencionados são alguns dos principais aliados diplomáticos de Israel. Enquanto a Guatemala, tal como os Estados Unidos, transferiu a sua embaixada para Jerusalém em 2018, as autoridades das Honduras, Hungria e República Checa prometeram em mais de uma ocasião que seguiriam o exemplo e já abriram escritórios com estatuto diplomático na Cidade Santa.
A República Checa já recebeu vacinas de Israel. O ministro dos Negócios Estrangeiros, Tomás Petricek, defendeu, citado pelo site Euractiv, que não se trata de uma mudança de embaixada, que se manterá em Telavive, mas sim de juntar “representação diplomática” ao seu gabinete em Jerusalém, o que é visto como um passo antes da abertura de uma embaixada.
Já na semana passada, Israel pagou quase um milhão de euros pelo envio de milhares de doses da vacina russa à Síria em troca da entrega de uma mulher israelita que havia penetrado ilegalmente no país vizinho. Acordo incluiu ainda a devolução de dois prisioneiros sírios.
Até agora, Israel, com uma população de pouco mais de nove milhões, já inoculou 4,5 milhões de pessoas com a primeira dose de vacina Pfizer e mais de três milhões com a segunda.
Após um terceiro confinamento de seis semanas, o país está a avançar numa transição faseada para a normalidade, apoiada pela sua rápida campanha de vacinação, que esta semana incluiu a reabertura de centros comerciais, bibliotecas e museus para toda a população e ginásios, piscinas, hotéis e espaços para eventos desportivos ou culturais para aqueles que passaram uma semana desde que foram administrados com a segunda dose da vacina.
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