Irão pede aos europeus adoção de medidas “eficazes” para preservar acordo nuclear
Irão pede aos europeus adoção de medidas “eficazes” para preservar acordo nuclear
O Irão apelou à adoção de medidas “práticas, eficazes e responsáveis” pelos europeus para preservar o acordo sobre o nuclear iraniano, tema central de uma reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia (UE) hoje em Bruxelas.
“Insistimos (…) na reciprocidade dos direitos e dos deveres” entre as partes deste acordo nuclear concluído em 2015, declarou em comunicado o porta-voz dos Negócios Estrangeiros, Abbas Moussavi.
É “irrealista” aguardar que o Irão “regresse às condições que prevaleciam antes de 08 de maio de 2019”, sem que os europeus “demonstrem a sua vontade política e a sua capacidade” para permitir que o Irão “beneficie na prática” do acordo, acrescentou.
Moussavi reagia ao apelo emitido domingo pela França, Reino Unido e Alemanha, três Estados que integram o acordo, para “um fim da escalada de tensões e o recomeço do diálogo”.
“Estamos preocupados pelo risco que [o acordo] se desfaça, sob a pressão das sanções impostas pelos Estados Unidos e na sequência da decisão do Irão de deixar de aplicar diversas das disposições centrais do acordo”, afirmaram os três países.
"Quando pararem com as sanções e o assédio, estamos prontos para negociar", declarou o presidente do Irão, Hassan Rouhani, na sua página oficial este domingo. E numa declaração televisiva, transmitida este domingo, reiterou: "Sempre acreditámos em conversações...se eles levantarem as sanções, deixarem de impor pressões económicas e voltarem às negociações, estamos prontos para regressar ao diálogo com a América já hoje, agora e em qualquer lugar".
O acordo de 2015, concluído após vários anos de esforços diplomáticos, prevê uma limitação do programa nuclear iraniano em troca do levantamento das sanções internacionais contra o país.
As tensões na região do Golfo intensificaram-se desde que os Estados Unidos se retiraram, em maio de 2018, do acordo nuclear (assinado entre o Irão e as grandes potências em 2015) e repuseram sanções sobre as exportações de petróleo de Teerão, exacerbando uma crise económica que fez afundar a moeda. Concluído após anos de esforços diplomáticos, o acordo de Viena de 2015 previa uma limitação do programa nuclear iraniano em troca do levantamento das sanções internacionais contra o país.
Em 08 de maio de 2019, e após ter aguardado sem sucesso que as outras partes do acordo ajudassem o país a contornar as novas sanções norte-americanas, o Irão anunciou que ia alterar progressivamente alguns dos compromissos assumidos para forçar os seus parceiros a atuarem para salvarem o acordo.
Desta forma, no início de julho, Teerão anunciou o aumento do limite imposto às suas reservas de urânio enriquecido para 4,5%, e que ultrapassa o máximo autorizado pelo acordo (3,67%).
Para além da Alemanha, França e Reino Unido, China e Rússia permanecem partes do acordo com o Irão após o abandono dos Estados Unidos.
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