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Guterres "profundamente chocado" com ataques russos com mísseis à Ucrânia
Mundo 3 min. 10.10.2022
Guerra na Ucrânia

Guterres "profundamente chocado" com ataques russos com mísseis à Ucrânia

Guerra na Ucrânia

Guterres "profundamente chocado" com ataques russos com mísseis à Ucrânia

Foto: Ed Jones/AFP
Mundo 3 min. 10.10.2022
Guerra na Ucrânia

Guterres "profundamente chocado" com ataques russos com mísseis à Ucrânia

Lusa
Lusa
Para António Guterres, esses ataques "constituem outra escalada inaceitável da guerra e, como sempre, os civis estão a pagar o preço mais alto".

O secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, manifestou-se "profundamente chocado com os ataques de mísseis em larga escala" lançados hoje pela Rússia contra cidades ucranianas, segundo o seu porta-voz, Stéphane Dujarric.

"O secretário-geral está profundamente chocado com os ataques de mísseis em larga escala de hoje das forças armadas da Federação Russa em cidades da Ucrânia que terão resultado em danos generalizados em áreas civis e levaram a dezenas de pessoas mortas e feridas", disse Dujarric em comunicado.


Ataques russos na Ucrânia provocaram pelo menos 10 mortos e 60 feridos
Segundo o Ministério da Defesa ucraniano, o exército russo lançou 83 mísseis sobre a Ucrânia, dois dias depois de uma explosão ter danificado uma ponte russa na Crimeia.

Para António Guterres, esses ataques "constituem outra escalada inaceitável da guerra e, como sempre, os civis estão a pagar o preço mais alto".

Após a divulgação do comunicado, Dujarric informou a jornalistas que Guterres conversou na manhã de hoje com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, sobre os ataques e sobre a escalada do conflito no país.

Questionado sobre se o secretário-geral também falou com o Presidente russo, Vladimir Putin, ou com algum representante de Moscovo na sequência dos ataques, a resposta do porta-voz de Guterres foi negativa.

"O secretário-geral falou com o Presidente Zelensky esta manhã sobre a situação atual no país. Em termos de contactos do próprio secretário-geral esta manhã, até agora não falou nenhum responsável russo. (...) A declaração do secretário-geral esta manhã é bastante clara e também muito ampla sobre o que vimos: é uma escalada inaceitável desta guerra. Vimos, desde o início deste conflito, as infraestruturas civis a serem atingida, o que condenamos continuamente", afirmou o porta-voz.


Putin culpa serviços secretos ucranianos por explosão da ponte da Crimeia
"Não há dúvida de que se trata de um ato terrorista destinado a destruir infraestruturas civis russas críticas", acrescentou.

"O secretário-geral fará tudo o que puder para 'acalmar a situação', mas acho que se ele estivesse aqui hoje (...) reafirmaria a sua opinião: O conflito está a ir na direção errada", acrescentou.

No seu habitual briefing à imprensa, na sede da ONU em Nova Iorque, Stéphane Dujarric indicou que, apesar dos ataques de hoje, a assistência humanitária "continuou a ser entregue a pessoas que precisam desesperadamente de apoio" na Ucrânia e que a entrega dessa ajuda “não vai parar".

A Rússia bombardeou hoje várias regiões ucranianas, como Kiev (a capital), Lviv, Khmelnytskiy, Dnipro, Vinnitsia, Zaporijia, Sumy, Kharkiv e Jitomir, desencadeando “uma manhã muito dura” no país, como afirmou Volodymyr Zelensky.

Segundo Zelensky, os ataques foram feitos com recurso a armamento iraniano.

O último balanço dos bombardeamentos dá conta de pelo menos dez mortos e 60 feridos.


Nesta artéria da capital da Ucrânia respira-se um ar de normalidade. Mas nem todas as grandes cidades ucranianas se pautam pela calmaria que Kiev exibe atualmente.
Reportagem. A batalha pela normalidade em Kiev
O metro a abarrotar à hora de ponta, festas e uma vontade inabalável de reconstruir o que os russos destruíram. A batalha pela normalidade em Kiev é disputada diariamente e também faz mossa entre famílias e amigos.

Segundo o Ministério da Defesa ucraniano, a Rússia utilizou 83 mísseis e 17 drones de fabrico iraniano nos bombardeamentos.

De acordo com um porta-voz da força aérea ucraniana, citado pelo jornal Kyviv Independent, 43 dos mísseis lançados foram abatidos pelas defesas anti-aéreas ucranianas.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas – mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,5 milhões para os países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa – justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.114 civis mortos e 9.132 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

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