François Bausch acredita em cessar-fogo na Ucrânia a curto prazo
François Bausch acredita em cessar-fogo na Ucrânia a curto prazo
O ministro da Defesa luxemburguês, François Bausch, acredita que haverá um cessar-fogo na Ucrânia a curto prazo, considerando que o peso que a guerra está a ter na Rússia fará com que o Kremlin queira voltar às negociações.
Numa entrevista exclusiva ao jornal britânico Express.co.uk, publicada esta terça-feira, o ministro da Defesa luxemburguês afirmou que a Rússia está a pagar um "preço muito elevado" pela invasão da Ucrânia, não só no que se refere ao número de soldados russos mortos no campo de batalha, mas também a nível interno, devido às sanções ocidentais.
Por isso, o governante acredita que o governo de Vladimir Putin será forçado a retomar as conversações e a negociar um cessar-fogo, numa altura em que as forças ucranianas se concentram no rio Dniepre, pressionando as regiões anexadas por Moscovo.
"Penso que o preço que a Rússia e a população russa pagam neste momento é muito elevado", afirmou à publicação.
Além das baixas de guerra russas no cenário do conflito, Bausch apontou para o facto de as sanções decididas pelo ocidente serem "provavelmente reforçadas nos próximos seis meses", o que agravará as condições de vida da população na Rússia. "O preço é tão alto a pagar que penso que mais tarde ou mais cedo, terão de voltar às negociações. Estou confiante nisso."
O momento oportuno para a Ucrânia negociar
Na mesma entrevista, o ministro da Defesa e vice-primeiro-ministro considerou que este impacto que a Rússia está a sentir pode ser o contexto ideal para a Ucrânia ter uma "posição forte" nas negociações, sugerindo que o momento atual é oportuno para afirmar essa condição.
Contudo, as declarações de Bausch e a sua crença em negociações de paz para breve esbarram nas intenções manifestadas pelas duas partes do conflito no que se refere às cedências que estão dispostas a fazer para encontrar uma solução de paz.
Esta terça-feira, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse aos jornalistas que "é impossível realizar quaisquer conversações agora porque o lado ucraniano as rejeita fortemente", sublinhando que será necessária "vontade política e disponibilidade para discutir as exigências russas".
Há duas semanas, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, negou qualquer tentativa de negociações com a Rússia, defendendo que "uma paz genuína e duradoura só pode resultar do completo desmantelamento de todos os elementos da agressão russa".
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